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Filme do diretor iraniano Asghar Farhadi ganha o Grand Prix em Cannes

Diretor iraniano Asghar Farhadi com o prêmio Grand Prix (Ex-æquo) por “A Hero” no Festival de Cannes, em 17 de julho de 2021 [John Macdougall / AFP via Festival de Cannes]

Neste sábado (17), o filme “A Hero” (Ghahreman)  do diretor e roteirista iraniano Asghar Farhadi, que era um dos favoritos para levar a Palma de Ouro, não conseguiu o prêmio principal da noite, mas ganhou o Grand Prix, segunda laureação mais importante do Festival de Cannes.

Esta não foi a primeira vez de Farhadi em Cannes; em 2016, ele ganhou melhor roteiro com “O apartamento”, que também rendeu o prêmio de melhor ator para Shahab Hosseini em Cannes e o Oscar de melhor filme estrangeiro. Em 2018 foi indicado à Palma de Ouro pelo filme “Todos Já Sabem”, com Penélope Cruz, Ricardo Darín e Javier Barden.

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“A Hero” conta a história de Rahim (Amir Jadidi), preso por uma dívida que não conseguiu pagar. Durante uma licença de dois dias, a mulher que ele ama tenta convencê-lo a tentar pagar uma parte da dívida com uma mala cheia de dinheiro que ela encontrou. Sua decisão tem repercussões que transformam o protagonista em um herói. Farhadi leva seu personagem ao limite: um jovem cheio de esperança que pensa sempre que tudo vai correr bem e descobre por experiência as armadilhas da atenção midiática. O filme foi rodado em Shiraz, antiga capital da Pérsia, no sul do Irã, uma das capitais culturais e artísticas do país.

Asghar Farhadi é um dos diretores mais prestigiados da história do cinema iraniano. Seu filme “A Separação” (2011) ganhou o Urso de Ouro de Berlim, como melhor filme do festival e também Oscar, por melhor filme estrangeiro. Este foi o primeiro filme iraniano a ganhar um Oscar.Ele ganhou seu segundo Oscar com “O Apartamento” (2016), mas não foi à premiação em protesto por um decreto feito pelo então presidente Donald Trump que proibia que iranianos visitassem os Estados Unidos.

“Lembro-me que foi há trinta e seis anos. Eu tinha treze anos e fiz o meu primeiro curta-metragem com os recursos que tinha à minha disposição. Desde então, tenho escrito e feito filmes, apesar das dificuldades, apesar das pressões. Continuo a ter a esperança de questionar a sociedade à minha volta e de aumentar a conscientização”, disse Farhadi ao receber o prêmio em Cannes.

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