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Tunisianos lançam Frente de Referendo para mudar sistema político

Membros do bloco islâmico Ennahda participam de uma sessão parlamentar em Túnis, em 26 de janeiro de 2021 [Fethi Belaid/AFP via Getty Images]

Um grupo de ONGs tunisianas, grupos, figuras públicas e facções políticas lançou ontem a Frente de Referendo para trabalhar na realização de um referendo para mudar o sistema político do país, informou o Arabi21.

O porta-voz da Sumud Coalition, que faz parte do novo grupo, Hussam Al-Hami, disse: “A Frente do Referendo será uma força que impulsionará a realização de um referendo com o objetivo de mudar o sistema político em Tunis em meio às disputas e contradições políticas entre os dois chefes das autoridades executivas”.

“A formação da Frente do Referendo surgiu como resultado de uma ideia que demorou muito a ser deliberada. Esperávamos que o país tivesse uma fase de transição democrática a partir das eleições e da Constituição de 2014”.

Com o tempo, disse Al-Hami, os tunisianos notaram que a situação está ficando mais complicada, já que o parlamento consiste em um “mosaico de facções políticas” sem maiorias fortes que sejam capazes de governar ou realizar quaisquer reformas.

LEIA: ‘Dissolver o parlamento não é uma opção’, diz Ghannouchi

“Durante todas as fases parlamentares, testemunhamos disputas entre os dois chefes das autoridades executivas sobre o poder que cada um detém”, continuou Al-Hami, observando que a situação se tornou mais complicada após as eleições de 2019, pois a autoridade política “foi completamente desativada”.

O atual sistema político, ratificado pela Constituição de 2014, foi estabelecido após a derrubada do falecido presidente tunisiano Zine El Abidine Ben Ali pela revolução de 2011.

Desde janeiro, o país assiste a uma disputa entre o presidente e o primeiro-ministro, com o primeiro se recusando a aprovar uma reforma ministerial realizada por este último. O assunto continua sem solução e paralisou o processo político.

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