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Mediadores egípcios tentam reforçar cessar-fogo em Gaza

Palestinos comemoram cessar-fogo mediado pelo Egito entre Israel e Hamas, na Cidade de Gaza, 21 de maio de 2021 [Mahmud Hams/AFP via Getty Images]

Mediadores egípcios buscam reforçar o cessar-fogo entre Israel e a resistência palestina após um dia de vigência, à medida que órgãos assistenciais clamam por um período de tranquilidade para lidar com a crise humanitária decorrente dos onze dias de ofensiva sobre Gaza.

As informações são da agência Reuters.

O cessar-fogo, que teve início na madrugada de sexta-feira (21), permaneceu em vigor na noite de sábado e permitiu que oficiais locais começassem a analisar a dimensão dos danos.

Apesar de forte repressão da polícia israelense contra manifestantes palestinos em Jerusalém, na sexta-feira, não houve relatos de foguetes disparados pelo Hamas a partir de Gaza, tampouco ataques aéreos israelenses contra o território palestino, no dia seguinte.

Foguetes caseiros do Hamas e outros grupos militantes causaram pânico em cidades no sul do território israelense — isto é, ocupado em 1948, durante a Nakba ou “catástrofe”, via limpeza étnica. Entretanto, os danos são muito menores do que na Faixa de Gaza.

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Oficiais palestinos estimam que a reconstrução da infraestrutura civil em Gaza demanda dezenas de milhões de dólares.

Autoridades locais reiteram que 248 palestinos morreram devido aos bombardeios de Israel.

Um oficial de alto escalão das Nações Unidas visitou o território densamente povoado no sábado (22) e alertou para o risco exponencial de crise de saúde e desalojamento, após casas, estradas e infraestrutura vital — incluindo hospitais — serem danificadas ou destruídas.

“Todos precisam ficar calmos e não reagir a qualquer medida provocativa”, declarou Lynn Hastings, coordenadora humanitária da ONU para os territórios palestinos, em uma área de escombros na Cidade de Gaza, onde conversou com sobreviventes.

Economistas observam ainda que a recuperação israelense da crise deixada pela pandemia de covid-19 deve ser interrompida por seus gastos de guerra. Treze israelenses faleceram.

Após mediar o cessar-fogo com apoio dos Estados Unidos, o Egito enviou uma delegação a Israel na sexta-feira, para debater maneiras de consolidar a trégua, incluindo ajuda humanitária aos palestinos de Gaza, informaram oficiais do Hamas à Reuters.

Desde então, os representantes egípcios vão e voltam de Israel e Gaza.

No sábado reuniram-se ainda com o Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, em Ramallah, Cisjordânia ocupada, segundo um assessor do líder palestino.

Uma fonte próxima ao plano asseverou que o Secretário de Estado dos Estados Unidos Antony Blinken visitará Israel e Cisjordânia na quarta e quinta-feira (26 e 27 de maio), na expectativa de reforçar a trégua. Abbas, porém, tem pouca influência em Gaza, governada pelo Hamas.

O presidente americano Joe Biden afirmou na quinta-feira (20) que Washington pretende trabalhar com a ONU para levar assistência humanitária e ajudar na reconstrução de Gaza, com salvaguardas a recursos eventualmente utilizados para armar grupos islâmicos.

As potências ocidentais consideram o Hamas um grupo terrorista.

No sábado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas exortou a “plena adesão” ao cessar-fogo e destacou a urgência de socorro humanitário a civis palestinos.

Os quinze membros do conselho emitiram um comunicado, conforme consenso, após onze dias de silêncio devido à oposição dos Estados Unidos.

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Em resposta, o Ministério de Relações Exteriores de Israel alegou ser “bastante deplorável” que o Conselho de Segurança “ignore o lançamento de 4 mil foguetes contra civis israelenses a partir das áreas povoadas de Gaza”.

Também com o intuito de reforçar o cessar-fogo, Josep Borrell, chefe de política externa da União Europeia, fez um apelo para que israelenses e palestinos retornem a negociações substanciais para uma solução de dois estados, sob impasse há anos.

“Não se pode esperar que a União Europeia mais outra vez financie a reconstrução de Gaza sem um prospecto significativo de solucionar o conflito subjacente”, destacou Borrell.

Direitos humanos em Gaza [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

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