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Pregadores e acadêmicos da Argélia convocam empresas para apoiar Gaza

21 de maio de 2021, às 09h07

Edifícios danificados são vistos após Israel realizar ataques aéreos em Gaza, em 19 de maio de 2021 [Mohammed Asad/Monitor do Oriente Médio]

Mais de uma centena de pregadores e acadêmicos islâmicos na Argélia pediram ontem aos empresários e comerciantes que alocassem parte de sua renda para apoiar os palestinos e a resistência.

A carta, assinada por vários acadêmicos muçulmanos, incluindo o chefe da Associação de Ulama Muçulmanos da Argélia, o membro da União Internacional de Estudiosos Muçulmanos, o vice-presidente da Associação de Estudiosos do Magrebe Árabe e o chefe da União dos Imames na Argélia.

Os signatários afirmaram que “desde o mês do Ramadã, o povo palestino tem testemunhado uma agressão que levou ao derramamento de sangue de crianças e mulheres inocentes, demolindo casas e violando a santidade da Mesquita de Al-Aqsa”, enquanto clamava por “apoio para o povo palestino em luta, fornecendo todos os tipos de ajuda material e moral para a resistência valente”

Os estudiosos também exigiram que os governos de países muçulmanos que mantiveram relações abertas com Israel retirassem seu reconhecimento e cessassem definitivamente qualquer tipo de vínculo com as autoridades de ocupação.

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Os signatários pediram aos empresários e comerciantes que alocassem parte de sua renda para apoiar o povo palestino e a resistência, e que os governos apoiassem projetos habitacionais e a reconstrução de Gaza.

Os acadêmicos e pregadores apelaram à Organização de Cooperação Islâmica (OIC) para “alternar e reativar a presidência do Comitê de Jerusalém entre os estados membros, e não a deixar nas mãos de defensores da normalização”, em referência ao Marrocos.

O Comitê de Jerusalém faz parte da OIC e tem sido presidido pelo Marrocos, que anunciou a retomada das relações com Israel em dezembro em troca do reconhecimento da soberania dos Estados Unidos sobre a região do Saara Ocidental. A decisão fez parte de uma onda de acordos de normalização que incluiu outros três países árabes, a saber, Emirados Árabes, Bahrein e Sudão.

A campanha de bombardeio de Israel contra Gaza deslocou mais de 75.000 palestinos, de acordo com o porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Jens Lark. Também matou mais de 230 pessoas, incluindo 65 crianças, e feriu mais de 1.700 outras.