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Ex-chefe da inteligência israelense aconselha que Israel pare a guerra em Gaza

Amos Yadlin, ex-chefe da inteligência israelense em Davos-Klosters, Suíça, em 22 de janeiro de 2020 [Christian Clavadetscher/Fórum Econômico Mundial]
Amos Yadlin, ex-chefe da inteligência israelense em Davos-Klosters, Suíça, em 22 de janeiro de 2020 [Christian Clavadetscher/Fórum Econômico Mundial]

Hoje, terça-feira (18), um general israelense pediu o fim imediato da guerra em Gaza, a fim de preservar o papel regional e internacional de Israel, e também para preservar sua imagem em fóruns internacionais.

Amos Yadlin, o antigo chefe da divisão “Aman” da Inteligência Militar Israelense, disse que cada dia adicional que prolongue a guerra não será do interesse de Israel, pois Israel não pode derrubar o domínio do Hamas em Gaza sem lançar uma operação terrestre.

Yadlin explicou em um artigo publicado pelo site israelense “Canal 12”, hoje, que Israel está cometendo o mesmo erro que cometeu durante a Guerra do Líbano de 2006, quando não parou a guerra três dias depois de sua eclosão, ao fazer grandes conquistas, o que fez com que a guerra se voltasse para o benefício do Hezbollah.

Ele enfatizou que o fim da guerra em Gaza é atualmente de grande importância para que Israel possa enfrentar os desafios em outras instâncias, especialmente a questão nuclear iraniana, e a concentração de Teerã na Síria, além da frente norte, enfatizando que a cena do confronto em Gaza não é importante comparando-a com as outras instâncias.

Ele destacou que “as praças que foram incendiadas pelo Hamas em Jerusalém, a Cisjordânia e as áreas palestinas dentro de Israel se tornaram mais importantes que a área de Gaza, e devemos nos dedicar a confrontá-las”, observando que o apoio internacional a Israel está diminuindo com o passar do tempo.

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Yadlin acredita que a continuação da guerra pode levar Israel a cometer erros que levam à perda da legitimidade internacional que lhe garante a continuação das operações militares.

O antigo oficial de segurança israelense considerou que os acordos de normalização alcançados recentemente com vários países árabes são importantes, indicando que a guerra em Gaza não deve continuar.

A curto prazo, salientou, Israel deve exigir os corpos dos soldados que o Hamas capturou, pois eles devem ser devolvidos a Israel. A médio prazo, Israel não deve permitir que o Hamas intensifique seu poder, enfatizando que Israel não o permitirá, mas a longo prazo, estudará como reabilitar a Faixa de Gaza sem fortalecer o Hamas política e militarmente.

“Se os esforços de mediação egípcios falharem ou não formos capazes de chegar a uma decisão com bons padrões no Conselho de Segurança, é correto declarar um cessar-fogo unilateral num futuro próximo. Se o Hamas não parar o fogo, é sempre possível continuar de onde paramos”, disse Yadlin. “Mas desta vez, também, uma surpresa que permite maiores conquistas contra o braço militar do Hamas e seus líderes”.

Yadlin acrescentou que Israel tem ferramentas para pressionar o Hamas além dos ataques aéreos, explicando que Israel tem a opção de impedir a entrada de fundos do Catar, eletricidade e mercadorias em Gaza.

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