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Corte síria escolhe dois candidatos para concorrer com Assad

Suprema Corte Constitucional da Síria recebe os votos do parlamento para selecionar os candidatos às eleições presidenciais, na capital Damasco, 29 de abril de 2021 [Louai Beshara/AFP via Getty Images]
Suprema Corte Constitucional da Síria recebe os votos do parlamento para selecionar os candidatos às eleições presidenciais, na capital Damasco, 29 de abril de 2021 [Louai Beshara/AFP via Getty Images]

A Suprema Corte Constitucional da Síria escolheu nesta segunda-feira (3) duas figuras obscuras para concorrer com o presidente Bashar al-Assad nas eleições de 26 de maio, denunciadas por muitos como farsa prejudicial aos esforços pelo fim da guerra civil.

As informações são da agência Reuters.

De uma lista de 51 candidatos em potencial, a corte aprovou apenas três: o próprio Assad, seu ex-ministro Abdallah Saloum Abdallah e Mahmoud Ahmed Marei, chefe do pequeno partido de oposição formalmente sancionado pelo regime.

Assad assumiu o poder em 2000, após a morte de seu pai, que governou a Síria por trinta anos. No início de 2011, deflagrou-se a guerra civil, quando o herdeiro da presidência decidiu reprimir violentamente protestos populares por democracia.

Dez anos depois, Assad retomou controle da maior parte do país, após centenas de milhares de mortos e a expulsão de mais da metade da população de suas casas.

Damasco descreve a eleição de maio, que deve conceder um quarto mandato de sete anos ao atual presidente, como funcionamento normal de seu sistema de governo, apesar da guerra.

A oposição síria e diversos países ocidentais, porém, consideram o pleito como farsa para manter Assad no poder indefinidamente, em detrimento das negociações do conflito.

Oficiais de alto escalão das Nações Unidas reiteraram em abril que o processo em curso não será capaz de cumprir as resoluções do Conselho de Segurança, que demandam um processo político, uma nova constituição e eleições livres sob supervisão internacional.

Nos últimos meses, Assad assumiu medidas para atenuar a insatisfação sobre a piora das condições de vida no país, além do colapso da moeda síria, ao aumentar salários de servidores públicos, reprimir especuladores e aproximar as taxas de câmbio oficial e clandestino.

Seus oponentes, contudo, afirmam que as novas medidas, como concessão de empréstimos públicos, de fato favorecem aliados políticos e econômicos de Assad, incluindo membros de sua minoria alauíta, que controlam o estado e as forças de segurança.

No domingo (2), não obstante, Assad anistiou sonegadores, especuladores, contrabandistas e outros criminosos condenados, à medida que familiares de ativistas civis ainda guardam esperanças da libertação de seus entes queridos.

LEIA: Síria convida ‘estados amigáveis’ para observar as eleições presidenciais

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