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Israel insiste que Haia não tem jurisdição sobre seus crimes de guerra

Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu em 24 de março de 2021 [Emmanuel Dunand/AFP via Getty Images]

O Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu e outros políticos do estado da ocupação mantêm seu argumento de que o Tribunal Penal Internacional (TPI) não possui jurisdição para investigar crimes de guerra cometidos nos territórios palestinos ocupados.

Segundo informações divulgadas pelo jornal israelense Haaretz neste domingo (25), oficiais da Promotoria Pública, do Ministério da Justiça e da Advocacia Geral Militar de Israel apresentaram a posição do estado sionista a Haia através de mediadores.

Decisão de Haia traz esperança aos palestinos, desespero a Israel [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Conforme a reportagem, os políticos israelenses argumentam que as Forças de Defesa de Israel (FDI) têm a capacidade de investigar suas próprias ações militares sem qualquer necessidade de intervenções conduzidas pela corte internacional.

O exército israelense, alegam os oficiais, investiga todo incidente sobre o qual há suspeita razoável de violações e, quando necessário, encaminha o caso a julgamento.

Porém, apesar de “registros abrangentes sobre investigações feitas após incidentes operacionais na Cisjordânia e Gaza, que atraíram cobertura internacional”, dados compilados pela rede Arab48 demonstraram que o exército israelense e suas cortes jamais indiciaram oficiais ligados a crimes de guerra contra os palestinos.

Tais crimes incluem as ofensivas israelenses de larga escala contra a Faixa de Gaza e a política de punição coletiva imposta aos palestinos que participaram dos protestos da Grande Marcha do Retorno, interrompidos durante a pandemia de coronavírus.

O site de notícias, administrado por cidadãos árabes de Israel, reiterou que criminosos das forças armadas sionistas são sistematicamente inocentados sob qualquer inquérito conduzido.

LEIA: A rejeição de Israel à investigação pelo TPI de crimes de guerra é sobre política, não justiça

Além dos esforços públicos e de bastidores para frustrar as investigações de Haia, reiterou o Haaretz, a Advocacia Geral Militar de Israel concedeu representação legal a oficiais potencialmente acusados de crimes de guerra e impactados assim pelo processo.

Há receios de que estados-membros do Tribunal Penal Internacional emitam mandados de prisão contra centenas de cidadãos israelenses, incluindo ministros da defesa e comandantes das forças armadas, tanto em exercício quanto exonerados.

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