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Sudão informa o Conselho de Segurança sobre a crise da barragem do Nilo

21 de abril de 2021, às 16h04

Uma visão geral do rio Nilo Azul na passagem pela Grande Barragem da Renascença Etíope em 26 de dezembro de 2019 [Eduardo Soteras/ AFP via Getty Images]

A ministra das Relações Exteriores do Sudão, Mariam al-Mahdi, disse na terça-feira que informou o Conselho de Segurança da ONU sobre o fracasso das negociações de Kinshasa sobre o projeto da Grande Represa da Renascença Etíope (GERD, na sigla em inglês), informou a Agência Anadolu.

Em um comunicado, a ministra disse que uma carta ao conselho foi enviada “após a intransigência etíope que levou ao fracasso das negociações de Kinshasa patrocinadas pela União Africana e a insistência das autoridades etíopes em prejudicar o Sudão, iniciando o segundo enchimento [da barragem] sem um acordo legal. ”

Al-Mahdi  acrescentou que o segundo enchimento unilateral da barragem prejudicará a paz e a segurança regionais. Ela exortou o Conselho de Segurança a apoiar os esforços do Sudão para uma mediação de quarteto compreendendo a ONU, a UE, os EUA e a União Africana em relação à barragem da Etiópia.

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Em 6 de abril, as negociações na capital congolesa, Kinshasa, fracassaram, com Cairo e Cartum acusando Adis Abeba de insistir em realizar o segundo enchimento da barragem, mesmo sem chegar a um acordo legalmente vinculativo.

No mês passado, a Etiópia anunciou sua decisão de rejeitar uma proposta sudanesa de um quarteto de mediação.

Embora a Etiópia diga que a GERD é a chave para a geração de eletricidade e o desenvolvimento econômico, o Egito teme que o projeto da barragem coloque em risco sua parcela de água do Nilo, a única fonte de água doce do país. O Sudão, por sua vez, teme que o preenchimento da GERD sem um acordo com os países a jusante afete a segurança de suas próprias barragens.

Anos de negociações entre os três países não conseguiram fazer um avanço para um acordo sobre o enchimento e operação da GERD.

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