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Bolsonaro diz que espera “sinalização” do povo para “tomar providências” contra lockdown

Presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, em 31 de março de 2021 [Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil]
Presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, em 31 de março de 2021 [Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil]

Nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro criticou novamente as medidas de restrição de circulação para conter a pandemia e afirmou que espera uma “sinalização” do povo para “tomar providências”. Em conversa com os apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro citou o Supremo Tribunal Federal e disse que “estamos na iminência de um problema sério no Brasil”.  No mesmo dia, o STF confirmou a decisão de abertura da CPI para investigar omissões no combate à covid-19.

Ao comentar uma reportagem do Correio Braziliense que indica que seis em cada dez casas brasileiras passaram por situação de insegurança alimentar de agosto a dezembro do ano passado, o presidente culpou a “política do fique em casa” pela alta dos preços nos alimentos.

“O Brasil está no limite. Pessoal fala que eu devo tomar providências, estou aguardando o povo dar uma sinalização. Porque a fome, a miséria, o desemprego está aí, pô, só não vê quem não quer ou não está na rua”, disse ele.

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“Amigos do Supremo Tribunal Federal, daqui a pouco vamos ter uma crise enorme aqui. Eu vi que o ministro baixou um processo pra me julgar por genocidio. Olha, quem fechou tudo, quem tá com a política na mão não sou eu. Eu não quero brigar com ninguém, mas estamos na iminência de ter um problema sério no Brasil”, disse o presidente. Ele ainda afirmou que a situação “parece um barril de pólvora”, mas que ainda daria tempo para mudança.   “Eu não estou ameaçando ninguém, mas estou achando que brevemente teremos um problema sério no Brasil. Dá tempo de mudar ainda. É só usar menos a caneta e um pouco mais o coração”.

Na terça-feira, a ministra Cármen Lúcia, do STF, pediu que o presidente da Corte, Luiz Fux, julgue queixa-crime contra o presidente Jair Bolsonaro por suspeita de genocídio contra as populações indígenas durante a pandemia do novo coronavírus. Bolsonaro vetou em julho trechos da lei com medidas de proteção a povos indígenas durante a crise sanitária, ele vetou a obrigação do governo em fornecer água potável, insumos médicos e facilidades de acesso ao auxílio emergencial.

A atuação do presidente na pandemia também será investigada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Ontem, por dez votos a um, o plenário do STF decidiu confirmar a decisão individual do ministro Luís Roberto Barroso que determinou a abertura da CPI para investigar supostas omissões no combate à pandemia de covid-19.

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Na semana passada, Bolsonaro alegou que a decisão de Barroso era uma “jogadinha casada” com a bancada de esquerda do Senado “para desgastar o governo”. Ele chamou a atitude do ministro de “ativismo judicial”.

“Não é disso que o Brasil precisa, vivendo um momento crítico de pandemia, pessoas morrem e o ministro do Supremo Tribunal Federal faz politicalha junto ao Senado Federal.”, disse.

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