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Três anos sem respostas, atos pedem por justiça a Marielle

Completaram-se três anos do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e seu motorista Anderson Gomes

Domingo (14), completaram-se três anos do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e seu motorista Anderson Gomes. Na data, diversos pontos do Brasil e do mundo lembraram do crime e pediram por justiça. A polícia prendeu dois suspeitos de terem matado Marielle e Anderson, mas ainda não trouxe respostas sobre quem foi o mandante do crime e o motivo.

O grupo Mulheres do PSOL organizou uma série de intervenções em mais de quinze cidades do país com projeções de vídeo denunciando os três anos do crime e pedindo por agilidade nas investigações. As frases “Quem mandou matar Marielle?” e “Justiça para Marielle e Anderson” foram projetadas no Congresso Nacional e em prédios dos estados de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Fortaleza, Bahia, Paraíba, Alagoas, Pará, Santa Catarina e Amazonas. As imagens foram divulgadas nas redes sociais com as hashtags #NãoSeremosInterrompidas e #JustiçaPorMarielleEAnderson.

“Hoje, 3 anos após a execução de Marielle e Anderson, clamamos por memória e justiça. Não podemos deixar que o tempo dilua a pressão e a indignação popular. Esse não pode ser mais um dos crimes insolúveis no Brasil.”, publicou ontem o perfil das Mulheres do PSOL no Twitter.

O Instituto Marielle Franco, organização sem fins lucrativos criada pela família de Marielle, desenvolveu um site com um dossiê do caso, onde é possível acompanhar uma linha do tempo atualizada das investigações e uma série de questões que permanecem sem resposta.

“Após 3 anos da fatídica noite que tirou a vida de Marielle Franco e Anderson Gomes, as investigações do caso resultaram em inúmeras operações policiais, envolvendo uma ampla rede de criminosos do Rio de Janeiro, e que levou a mais de 65 prisões até hoje. Entre as pessoas presas, estão os executores de Marielle e Anderson, Roni Lessa e Élcio de Queiroz e integrantes de quadrilhas que foram desmanteladas em investigações da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro. Assim, a partir do caso Marielle e Anderson, outros homicídios e crimes como tráfico de armas e extorsões foram esclarecidos. Mas, a pergunta de quem mandou matar Marielle e por quê, segue sem respostas, e com contornos cada vez mais confusos.”, diz a página.

Nas redes, o instituto também divulgou uma bonita carta com as vozes dos familiares de Marielle e Anderson.

A vereadora do Recife, Dani Portela, convidou a poeta Bione para uma homenagem aos três anos sem Marielle com um vídeo que termina com a pergunta ainda sem respostas: Quem mandou matar Marielle?

Em uma iniciativa da prefeitura do Rio de Janeiro, a vereadora foi homenageada com a inauguração de uma placa em frente à Câmara Municipal do Rio, no centro da cidade. Na fachada do prédio da Câmara, foi estendida uma faixa preta com a pergunta “Quem mandou matar Marielle?”. A placa, igual às de identificação das vias e praças da cidade, diz:  “Vereadora Marielle Franco(1979-2018) Mulher negra, favelada, LGBT e defensora dos direitos humanosBrutalmente assassinada em 14 de março de 2018 por lutar por uma sociedade mais justa.”

Família de Marielle Franco na inauguração da placa na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em 14 de março de 2021 [Beth Santos /Divulgação Prefeitura do Rio] 

Na cerimônia, estavam o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o deputado federal Marcelo Freixo, o presidente da Câmara dos Vereadores, Carlo Caiado, a Secretária Especial de Políticas e Promoção da Mulher, Joyce Trindade e também parte da família de Marielle Franco; seus pais, Marinete Silva e Antônio Francisco Silva Neto, sua filha, Luyara Franco, e sua irmã, Anielle Franco.

Buenos Aires também inaugurou ontem uma placa em homenagem à brasileira na estação “Rio de Janeiro” do metrô. Marielle terá um espaço permanente na estação, com a placa e, futuramente, um código QR onde as pessoas poderão conhecer a história da vereadora. A iniciativa foi da deputada Maria Bielli, do partido do presidente Alberto Fernández, Frente de Todos.

Hoje (15) na Itália, é inaugurado com o nome da vereadora, o terraço da biblioteca Delle Oblate, no centro histórico de Florença. Ela é a primeira mulher negra brasileira a nomear um espaço público na Itália. A vereadora também foi lembrada em manifestações em Genebra, Londres e Madrid.

LEIA: Capitu e Sherazade: A mulher no Brasil e no Oriente Médio

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