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Irã mantém preso turista francês há nove meses, por causa de um drone

Veículo da polícia do Irã estacionado em frente a uma loja de câmbio, na capital Teerã, 10 de abril de 2018 [Atta Kenare/AFP/Getty Images]
Veículo da polícia do Irã estacionado em frente a uma loja de câmbio, na capital Teerã, 10 de abril de 2018 [Atta Kenare/AFP/Getty Images]

O Irã mantém detido um turista francês há nove meses, sem o devido acesso à defesa, denunciou ontem (24) Saeid Dehghan, um dos advogados do preso, à agência Reuters.

O caso emerge em um momento sensível, no qual Estados Unidos e países europeus signatários do acordo nuclear iraniano tentam restaurá-lo, após ser abandonado pelo ex-presidente americano Donald Trump, em 2018.

“Seu nome é Benjamin e ele está detido na prisão de Vakilabad, na cidade de Mashhad. Foi preso há nove meses e enfrenta acusações contraditórias e falaciosas”, declarou Dehghan, que recusou-se, porém, a conceder o nome completo do cidadão francês.

Uma fonte próxima à família relatou à Reuters que o turista de 35 anos foi capturado por utilizar um drone na região árida perto da fronteira entre Irã e Turcomenistão.

Oficiais franceses e sua família buscaram manter as informações em segredo, até então, por receios de que disputas na região possam prejudicar uma potencial negociação.

LEIA: Irã sentencia acadêmica franco-iraniana a seis anos de prisão

O judiciário iraniano não comentou o caso. Entretanto, o Ministério de Relações Exteriores da França alegou monitorar a situação, ao confirmar que um cidadão francês está detido no Irã, contudo, auxiliado por proteção consular e contato regular de oficiais da embaixada.

A fonte afirmou que Benjamin, trabalhador na indústria de eventos, viajou da França ao Irã em uma van. Seu estado de saúde é positivo e pôde contactar a família em três ocasiões distintas desde a prisão, em maio, incluindo duas vezes nas últimas semanas.

Nos últimos anos, a Guarda Revolucionária do Irã, unidade de elite do exército nacional, prendeu dezenas de cidadãos estrangeiros e binacionais, a maioria sob acusações de espionagem, incluindo o acadêmico franco-iraniano Fariba Adelkhah.

Adelkhah foi condenado a seis anos de prisão em maio de 2020, sob acusações de segurança.

Ativistas de direitos humanos acusam Teerã de prender cidadãos estrangeiros e binacionais como moeda de troca em negociações internacionais. O Irã nega razões políticas para suas prisões, mas insiste nas acusações de espionagem.

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