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Israel ‘demoliu 89 estruturas de propriedade de palestinos em duas semanas’, diz a ONU

Uma visão do local com a equipe israelense do Município de Jerusalém, juntamente com a polícia israelense e escavadeiras demolindo o prédio de dois andares de propriedade de Fadi Ali Oleyyan, chefe do departamento de segurança da Mesquita de Al-Aqsa, perto de al-Issawiya, bairro que não estava licenciado, em Jerusalém Oriental, em 22 de fevereiro de 2021. [Mostafa Alkharouf/Anadolu Agency]
Uma visão do local com a equipe israelense do Município de Jerusalém, juntamente com a polícia israelense e escavadeiras demolindo o prédio de dois andares de propriedade de Fadi Ali Oleyyan, chefe do departamento de segurança da Mesquita de Al-Aqsa, perto de al-Issawiya, bairro que não estava licenciado, em Jerusalém Oriental, em 22 de fevereiro de 2021. [Mostafa Alkharouf/Anadolu Agency]

O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários nos Territórios Palestinos (OCHA) relatou que as autoridades de ocupação israelense demoliram 89 estruturas de propriedade de palestinos nas últimas duas semanas. O pretexto foi a falta de licença de construção.

Pelo menos 146 pessoas foram deslocadas pelas demolições, incluindo 83 crianças. Cerca de 330 outras pessoas foram afetadas pela destruição dos edifícios.

O abrangente relatório do OCHA disse que nos dias 3 e 8 de fevereiro as autoridades israelenses demoliram 37 edifícios, a maioria dos quais na comunidade ocupada de Humsa Al-Baqai’a no Vale do Jordão, deslocando 60 pessoas, incluindo 35 crianças. Essa comunidade, apontou a ONU, está em uma área agora designada para treinamento militar israelense e testemunhou demolições em massa nos últimos meses. Em 5 de fevereiro, a ONU advertiu que a pressão sobre os residentes “implica um risco real de transferência forçada”.

Enquanto isso, no sul de Hebron, a ONU observou que as autoridades de ocupação israelenses confiscaram sete estruturas, incluindo banheiros portáteis, nas comunidades de Al-Rakayz, Umm Al-Khair e Khirbet Al-Tawameen. Isso afetou 80 pessoas e prejudicou seus meios de subsistência. Na ocupada Jerusalém Oriental, quatro das estruturas foram demolidas pelos próprios proprietários para evitar multas impostas pelos israelenses.

Além disso, em pelo menos uma casa foi demolida na aldeia de Tura Al-Gharbiya por motivos punitivos, levando ao deslocamento de 11 pessoas, incluindo quatro crianças. A casa pertence à família de um palestino acusado de matar uma mulher israelense em dezembro. Essa punição coletiva é ilegal segundo o direito internacional. A ONU disse que sete edifícios foram demolidos por Israel no ano passado por razões punitivas semelhantes.

LEIA: Demolição de casas palestinas em Humsa ‘representa um risco real de deslocamento forçado’

O relatório também forneceu detalhes de outras violações destinadas a expulsar os palestinos de suas terras. Por exemplo, de acordo com o Ministério da Agricultura da Palestina, as autoridades israelenses arrancaram 1.000 mudas perto da cidade de Tubas. As mudas foram plantadas após o desenraizamento de milhares de árvores no último mês na mesma área. Os responsáveis ​​seriam colonos israelenses ilegais, que feriram quatro palestinos, incluindo uma criança, e vandalizaram propriedades nas últimas duas semanas em várias áreas da Cisjordânia ocupada. Eles também destruíram uma câmera de vigilância na Igreja Ortodoxa Romena em Jerusalém Oriental.

Em 5 de fevereiro, disse a ONU, um colono israelense atirou e matou um palestino de 34 anos perto de um posto avançado estabelecido recentemente perto da vila de Ras Karkar, no distrito de Ramallah. Fontes militares israelenses disseram que a vítima tentou entrar em uma casa no posto avançado, enquanto confrontos eclodiram mais tarde na aldeia e resultaram no ferimento de um soldado palestino e um soldado israelense. Outro cidadão palestino, de 25 anos, foi morto em Nuba, Hebron, devido a munições não detonadas encontradas perto de sua casa.

Mais de 70 palestinos e quatro soldados israelenses foram feridos durante confrontos na Cisjordânia, enquanto 30 dos manifestantes receberam tratamento por inalar gás lacrimogêneo disparado pelos soldados da ocupação quando protestavam contra o estabelecimento de três postos avançados de assentamentos ilegais. Esses postos avançados são mesmo ilegais segundo a lei israelense. As forças de ocupação também realizaram 186 operações de busca e prisão visando 172 palestinos em toda a Cisjordânia. As províncias de Jerusalém, Ramallah e Hebron são onde ocorreu o maior número dessas operações, com média de 28 operações cada.

Durante um incidente em Hebron, as forças israelenses invadiram o prédio do município e detiveram funcionários que trabalhavam no turno da noite. Móveis e portas teriam sido quebrados.

Em Gaza, as forças israelenses deram tiros de alerta em pelo menos 28 ocasiões perto da cerca da fronteira ou contra pescadores na costa, sob o pretexto de impor restrições ao acesso. Em três outras ocasiões, soldados israelenses destruíram terras perto da cerca.

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