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Houthis renovam operações na província de Marib, no Iêmen

Combatentes tribais iemenitas em combate contra os houthis, na cidade de Marib, Iêmen, 27 de junho de 2016 [Abdullah al-Qadry/AFP/Getty Images]
Combatentes tribais iemenitas em combate contra os houthis, na cidade de Marib, Iêmen, 27 de junho de 2016 [Abdullah al-Qadry/AFP/Getty Images]

Forças armadas ligadas aos rebeldes iemenitas houthis avançaram em suas ofensivas contra o último bastião de combatentes pró-governo, na província de Marib, nesta segunda-feira (8), após novos confrontos no dia anterior.

Uma fonte do governo reconhecido pela ONU, que recebe apoio da Arábia Saudita, relatou à rede AFP que tropas houthis mobilizaram reforços na região.

“Confrontos ocorreram a 10 km a oeste de Marib”, detalhou em condição de anonimato. “Ao menos vinte combatentes do governo foram mortos e 28 outros foram feridos”.

As tropas houthis também sofreram diversas baixas, mas não há números exatos.

Esforços houthis para obter controle sobre a província rica em petróleo foram lançados a partir do último ano, após avanços na província vizinha de Al-Jawf.

Martin Griffiths, enviado especial da ONU no Iêmen, afirmou no Twitter nesta terça-feira (9) estar “profundamente preocupado” sobre a situação em Marib, “sobretudo em um momento de renovado impulso diplomático pelo fim da guerra e pela retomada do processo político”.

Segundo a agência de imprensa oficial do Iêmen, forças houthis capturaram ontem a base militar de Kawfal, antes controlada por tropas ligadas à coalizão saudita, no norte da província.

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Na última semana, o Presidente dos Estados Unidos Joe Biden decidiu suspender o apoio a operações da coalizão liderada pela Arábia Saudita no território iemenita, além de interromper parte das vendas de armas à monarquia.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos também notificou o Congresso de sua intenção de revogar a designação do movimento houthi como grupo terrorista, implementada nos últimos dias do mandato de Donald Trump.

A medida de Trump foi condenada amplamente por organizações humanitárias por dificultar esforços assistenciais no país assolado pela guerra, dado que a maioria da população vive em áreas controladas pelo governo houthi, com sede na capital Sanaa.

Na segunda-feira, Mohammed Ali Al-Houthi, membro do Conselho Político Supremo, corpo executivo em Sanaa, insistiu que os “apelos da coalizão, enquanto mantém ataques e cerco, pretendem gerar excitação na imprensa e atuar como vítima e não assassino”.

O Iêmen é assolado por violência desde 2014, quando rebeldes houthis capturaram grande parte do país, incluindo Sanaa. A crise escalou em 2015, quando a coalizão militar saudita interveio em favor do governo no exílio de Abd Rabbuh Mansur Hadi.

Até então, a guerra no Iêmen resultou em mais de 100 mil mortes e levou milhões de pessoas à margem da fome, segundo dados oficiais da ONU.

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