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Exército de Israel revê planos operacionais contra o Irã

Chefe de Estado-Maior do Exército de Israel, Aviv Kochavi, na base naval da cidade de Haifa, em 2 de dezembro de 2020 [Heidi Levine/AFP/Getty Image]
Chefe de Estado-Maior do Exército de Israel, Aviv Kochavi, na base naval da cidade de Haifa, em 2 de dezembro de 2020 [Heidi Levine/AFP/Getty Image]

Aviv Kochavi, Chefe de Estado-Maior do Exército de Israel, afirmou nesta terça-feira (26) que suas forças militares estão revendo seus planos operacionais contra o Irã, diante da possível retomada dos Estados Unidos ao acordo nuclear assinado em 2015.

O comandante máximo israelense descreveu um eventual retorno americano como “erro”.

As informações são da agência Reuters.

Os comentários de Kochavi parecem sugerir ao Presidente dos Estados Unidos Joe Biden para tratar cautelosamente do engajamento diplomático com Teerã. Tais críticas de um comandante militar israelense à política americana são raras e provavelmente consentidas por Tel Aviv.

“Um retorno ao acordo nuclear de 2015, ou mesmo um acordo semelhante com diversas melhorias, é ruim e errado do ponto de vista estratégico e operacional”, declarou Kochavi, em evento no Instituto de Estudos de Segurança Nacional da Universidade de Tel Aviv.

O antecessor de Biden, Donald Trump, abandonou o acordo em 2018, em medida celebrada pelo Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, que criticava reiteradamente a redução de sanções e as chances de uma nova propagação nuclear após expirar o prazo previsto.

Donald Trump revoga acordo nuclear e protege Israel [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Donald Trump revoga acordo nuclear e protege Israel [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

O novo Secretário de Estado dos Estados Unidos Antony Blinken alegou na última semana que os Estados Unidos ainda estão “longe” de decidir pela retomada ou não do acordo nuclear, enquanto aguardam constatar se Teerã de fato restituirá os termos do pacto.

Desde a revogação unilateral do tratado por Washington, o Irã gradualmente rompeu seus limites determinados, ao armazenar urânio enriquecido, obter novos níveis de pureza e instalar centrífugas nucleares barradas pelo acordo.

Teerã nega intenções militares com seu projeto atômico. Entretanto, o tenente-general e comandante-chefe israelense afirmou que tais avanços iranianos podem levar o país inimigo a produzir enfim bombas nucleares.

“Diante desta análise fundamental, instruí nosso exército a preparar uma série de planos operacionais, além daqueles em vigor”, anunciou Kochavi. “Fica ao cargo de nossa liderança política, é claro, para decidir pela implementação, mas os planos estão sobre a mesa”.

Netanyahu ameaçou atacar o Irã às vésperas do acordo, em 2015. Um oficial israelense anônimo, porém, reportou na época algumas divergências dentro da elite política israelense sobre a questão, dado que alguns analistas previam eventuais benefícios de segurança.

LEIA: ‘Temos a capacidade de afundar navios de guerra dos EUA’, afirma oficial iraniano

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