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Venezuela disponibiliza oxigênio para atender Manaus

FAB transporta cilindros de oxigênio para o Amazonas [facebook/Ministério da Defesa]
FAB transporta cilindros de oxigênio para o Amazonas [facebook/Ministério da Defesa]

Nesta quinta-feira, o governo venezuelano de Maduro colocou à disposição os tanques de oxigênio necessários para atender a cidade brasileira de Manaus. A cidade vive um colapso no sistema de saúde devido ao aumento na contaminação de covid-19. A Força Aérea Brasileira (FAB) também está dedicando esforços para fornecer oxigênio e transportar pacientes.

O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, que afirmou ter conversado com o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), para oferecer o produto sob instruções do presidente Nicolás Maduro.

“Por instruções do presidente Nicolás Maduro conversamos com o governador do estado do Amazonas, Brasil, Wilson Lima para colocar imediatamente à sua disposição o oxigênio necessário para atender a contingência sanitária em Manaus. Solidariedade latino-americana antes de tudo!”

O governador agradeceu em nome do povo amazonense e foi respondido por Arreaza, que afirmou ser sempre uma honra poder ajudar o “povo irmão do Brasil, principalmente em momentos tão complexos”. Também acrescentou que “para os bolivarianos, a solidariedade é um dever”.

O ministro venezuelano também compartilhou uma publicação do ex-presidenciável brasileiro Guilherme Boulos (PSOL) que comentava a atitude.

“A Venezuela está oferecendo oxigênio ao Amazonas. E pensar que muitos brasileiros votaram em Bolsonaro com medo que o Brasil ‘vire uma Venezuela’.”

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A cidade amazonense sofre com um colapso em seu sistema de saúde, após internações por covid-19 baterem recorde no estado. Enfrentando superlotação, os hospitais de Manaus ficaram sem suprimento de oxigênio. A empresa produtora dos cilindros, White Martins, relatou que não foi capaz de atender à demanda, mesmo com o aumento da capacidade de produção.

Desde a noite de quinta-feira (14), aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) transportaram para Manaus 386 cilindros de oxigênio líquido vindos de Guarulhos (SP), quase 18 toneladas, para serem utilizados pelos hospitais da cidade. Em nota, o ministro da Saúde,  Eduardo Pazuello, informou estar trabalhando com o Ministério da Defesa para suprir a demanda do Amazonas e que não estavam “medindo esforços”. Três outros aviões da FAB serão utilizados para  transportar pacientes com covid-19 para outras cidades do país.

“O Comando da Aeronáutica está dedicando permanentemente o esforço do seu efetivo e de suas aeronaves, 24 horas por dia e 7 dias por semana, em atendimento às necessidades da sociedade brasileira no enfrentamento à pandemia da Covid-19”, disse a FAB em nota.

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Sobre a crise em Manaus, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse em live desta quinta-feira, com Pazuello, apenas que “está complicado a situação lá”. E também defendeu o tratamento precoce da doença com medicamentos que não têm eficácia comprovada para evitar a situação.

“Na Guerra do Pacífico, o pessoal chegava ferido e não tinha sangue, começaram a colocar água de coco e deu certo. Se tivesse esperado uma comprovação científica, quantas pessoas teriam morrido? É a mesma coisa o tratamento precoce da covid com hidroxicloroquina, ivermectina, anita, e não faz mal se mais na frente descobrirem que não faz efeito, o que não vai acontecer”, afirmou.

O ministro da Saúde afirmou que Manaus está vivendo um colapso, e que estão priorizando o oxigênio para atender as UTIs.  “Manaus é uma conjunção de fatores. É uma ilha no meio da Amazônia. Qualquer coisa que você precise é só de avião ou dias embarcando em um barco. Nós estamos vivendo novamente já o segundo momento, o segundo ciclo sazonal. Já estamos no período chuvoso novamente no Amazonas. Não só no Amazonas, mas no norte do país e em parte do Nordeste já é o período chuvoso. E no período chuvoso, a umidade fica muito alta e você começa a ter complicações respiratórias. Então, este é um fator. Manaus não teve tratamento precoce. A infraestrutura hospitalar é bastante reduzida”, justificou.

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