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Turquia autoriza uso emergencial da CoronaVac, que aguarda autorização no Brasil

Profissional de saúde prepara uma dose da vacina Covid-19 em Tel Aviv em 23 de dezembro de 2020 [Agência Nir Keidar/ Anadolu]
Profissional de saúde prepara uma dose da vacina Covid-19 em Tel Aviv em 23 de dezembro de 2020 [Agência Nir Keidar/ Anadolu]

A vacina chinesa CoronaVac, produzida pela Sinovac,  e que continua à espera de liberação no Brasil, onde foi largamente testada pelo Instituto Butantã, foi autorizada para uso emergencial na Turquia. A agência oficial turca de medicamentos e dispositivos médicos  concedeu a autorização ontem (13), conforme noticiou a agência Anadolu.

A Turquia deve receber um total de 50 milhões de doses da vacina contra a covid-19. A vacinação deverá começar quinta ou sexta-feita, após a chegada de 3 milhões de doses, disse o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.

O ministro da Saúde do país, Fahrettin Koca, recebeu a injeção da vacina em uma transmissão ao vivo. O conselho científico turco também foi vacinado.

No Brasil, onde foram realizados ensaios clínicos, o Instituto Butantã anunciou que a eficácia geral da vacina CoronaVac é de 50,38%, após testes em 12.508 profissionais da saúde brasileiros. Aqui o pedido de uso emergencial da vacina foi feito à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sexta-feira (8). A agência ligada ao governo federal anunciou que a decisão sobre as vacinas da Sinovac e da Oxford será feita domingo.

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro ironizou a eficácia em uma conversa com o público no jardim do Palácio da Alvorada. “Essa de 50% é uma boa?” provocou ele dirigindo-se a um apoiador que o questionou sobre as vacinas. “Agora estão vendo a verdade.”, disse em seguida, “Estou há quatro meses apanhando por causa da vacina. Entre eu e a vacina tem a Anvisa. Eu não sou irresponsável. Não estou a fim de agradar quem quer que seja”.

LEIA: Turquia inicia vacinação com Coronavac

Apesar da ironia de Bolsonaro, a vacina atende à taxa de eficácia exigida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Anvisa, de no mínimo 50%. A taxa  global indica que o imunizante reduz em 50% as chances de contrair a doença independente da gravidade.  Outro dado importante apontado médico brasileiro Drauzio Varella é sobre a proteção contra casos mais graves: “entre os que adoecem, a vacina reduziu em 78% os casos que precisam de assistência médica.  Isso quer dizer que quem toma a vacina tem quase 80% menos risco de precisar de assistência médica do quem não recebe a vacina.”

Dimas Covas, diretor do Butantan, afirma que a vacina “tem segurança, eficácia e todos os requisitos que justificam seu uso emergencial.”.

A CoronaVac também está sendo usada na Indonésia, que começou ontem a campanha de vacinação. O presidente Joko Widodo recebeu a primeira dose do imunizante pela manhã. A campanha seguirá até o final de março e deve priorizar os mais jovens. A 1ª fase prevê a vacinação de 1,3 milhão de trabalhadores da saúde e mais 17,4 milhões de trabalhadores do serviço público.

Nadia Wikeko, porta-voz do Ministério da Saúde, afirmou que a Indonésia está mirando a idade produtiva de 18 a 59 anos em vez de idosos porque não concluíram “a fase 3 de testes clínicos para pessoas dessa faixa etária com a vacina Sinovac”.  O país foi o mais afetado pela doença no sudeste asiático.

A Malásia assinou acordo com a Sinovac para comprar 14 milhões de doses e depois fabricá-las no país. Nesta quarta-feira, declararam que a compra só seguirá após a autorização dos reguladores locais. A Tailândia encomendou 2 milhões de doses da CoronaVac e deve iniciar as vacinações no próximo mês.

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