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Líder cristão libanês descarta juntar-se ao novo governo de Hariri

Saad Hariri, designado premiê do Líbano, durante coletiva de imprensa após apresentar uma lista com dezoito membros de seu gabinete ao presidente Michel Aoun, no palácio Baabda, em Beirute, 9 de dezembro de 2020 [Presidência do Líbano/Agência Anadolu]
Saad Hariri, designado premiê do Líbano, durante coletiva de imprensa após apresentar uma lista com dezoito membros de seu gabinete ao presidente Michel Aoun, no palácio Baabda, em Beirute, 9 de dezembro de 2020 [Presidência do Líbano/Agência Anadolu]

Neste domingo (10), Gebran Bassil, líder do Movimento Patriótico Livre, maior partido político cristão do Líbano, descartou a possibilidade de juntar-se ao novo governo de Saad Hariri, designado premiê libanês, reportou a agência Reuters.

A posição de Bassil representa um novo obstáculo aos esforços instituídos para superar a paralisia política no Líbano.

A elite política libanesa vive hoje um impasse para compor um novo quadro ministerial, desde a renúncia do governo antecessor, após a enorme explosão no porto de Beirute, em 4 de agosto. Desde então, o país permanece à deriva enquanto afunda cada vez mais na crise econômica.

Hariri, veterano político sunita, foi nomeado primeiro-ministro pela quarta vez em outubro, ao prometer formar um gabinete técnico para executar as reformas postas como pré-condição para obter qualquer ajuda internacional.

Entretanto, Bassil, genro do Presidente Michel Aoun, declarou na televisão que seu partido não fará parte da administração de Hariri, pois o premiê insiste em escolher os ministros.

“Não confiamos em Hariri sozinho para conduzir as reformas no Líbano”, afirmou Bassil. “Em resumo, não queremos participar de seu governo”.

O sistema político libanês requer que os oficiais de governo sejam escolhidos entre todo o espectro religioso presente no país, concedendo efetivamente poder de veto a partidos sectários, diante da escolha ministerial.

LEIA: Ministro da Saúde do Líbano descreve as mortes pela explosão em Beirute como ‘destino’

Bassil tornou-se alvo de sanções dos Estados Unidos, em novembro último, acusado de corrupção e laços com o grupo paramilitar xiita Hezbollah, partido mais poderoso do Líbano e forte aliado do Irã. O político cristão, contudo, nega as alegações.

Segundo Bassil, Hariri não demonstra seriedade sobre a formação do governo: “Toda vez que se encontra com o presidente, leva uma lista diferente. Alguém que faz isso quer realmente compor um governo? Ou quer apenas perder tempo?”

O Líbano enfrenta uma profunda crise econômica e fiscal, considerada a pior desde a guerra civil no país, entre 1975 e 1990. O colapso financeiro devastou o valor da moeda nacional, espalhou a pobreza e forçou um calote da dívida externa.

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