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Jornalista barenita vítima de bullying online busca apoio de colegas judeus

Ahdeya Ahmed Al-Sayed, presidente da Associação de Jornalistas do Bahrein (BJA), 8 de outubro de 2020 [MahmoudJazairi/Twitter]
Ahdeya Ahmed Al-Sayed, presidente da Associação de Jornalistas do Bahrein (BJA), 8 de outubro de 2020 [MahmoudJazairi/Twitter]

A presidente da Associação de Jornalistas do Bahrein (BJA) declarou que profissionais da mídia árabe defensores da normalização com Israel estão sendo intimidados e ameaçados online. Ahdeya Ahmed Al-Sayed fez sua afirmação durante uma conferência online organizada pela American Jewish Press Association (AJPA), na qual pediu apoio a seus colegas judeus.

“Se vocês quiserem nos apoiar como apoiamos a paz, seria uma coisa boa”, disse Al-Sayed. “A AJPA pode fazer muito. Se não fizermos nada, os jornalistas nunca irão nem mesmo tentar ser francos sobre [a normalização].”

Al-Sayed é a primeira mulher a ser eleita líder do BJA, que tem 600 membros. Ela também ganhou pela primeira vez uma cadeira para o Bahrein no Conselho de Gênero da Federação Internacional de Jornalistas, que visa proteger e defender os direitos das jornalistas em todo o mundo.

A presidente da BJA planeja liderar a primeira delegação de jornalistas do Bahrein a Israel neste ano e afirma ter sido atacada por celebrar os Acordos de Abraham, mediados pelos EUA e que deram início a uma reaproximação pública entre Israel e vários estados árabes. “Sim, eu passei a sofrer bullying, a ser assediada em mídias sociais, a ser xingada. E eu me senti mal.”

A retórica ultrapassou o “limite do que se pode dizer sobre uma mulher” no Bahrein, explicou ela. A sua angústia insuportável piorou porque seus três filhos e marido tiveram que ler os xingamentos.

LEIA: UNRWA e refugiados palestinos são os próximos alvos de acordos de normalização com Israel

No ano passado, o governo Trump arquitetou pactos diplomáticos entre Israel e os Emirados Árabes Unidos e Bahrein, os primeiros acordos de normalização árabes desde que a Jordânia reconheceu Israel na década de 1990 e o Egito na década de 1970.

Os palestinos, assim como muitos países, são críticos dos chamados “acordos de paz”. “Ainda sorrio quando penso nisso”, disse Al-Sayed. “Na verdade, acho que foi a melhor coisa que aconteceu em 2020.”

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