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Acordo do Golfo não afetará relações com Turquia e Irã, afirma chanceler do Catar

Ministro de Relações Exteriores do Catar Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim al-Thani encontra-se com sua contraparte russa em Moscou, Rússia, 23 de dezembro de 2020 [Ministério de Relações Exteriores da Rússia/Agência Anadolu]
Ministro de Relações Exteriores do Catar Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim al-Thani encontra-se com sua contraparte russa em Moscou, Rússia, 23 de dezembro de 2020 [Ministério de Relações Exteriores da Rússia/Agência Anadolu]

O Ministro de Relações Exteriores do Catar Mohammed bin Abdulrahman al-Thani reiterou em entrevista ao jornal Financial Times que seu país não mudará sua política de relacionamento com Irã e Turquia, após assinar um acordo de reconciliação com Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Bahrein.

O chanceler destacou que Doha concordou em cooperar na luta contra o terrorismo e implementar políticas de segurança transnacional. Porém, observou: “Relações bilaterais são fundamentalmente governadas por decisões soberanas e interesses nacionais”.

“[A decisão] não terá qualquer impacto nas relações com qualquer outro país”, reiterou al-Thani.

Entre as razões anunciadas pelos quatro países para romper laços com o Catar, em 2017, estavam acusações relacionadas às relações de Doha com Ancara e Teerã, além do apoio catariano a movimentos islâmicos internacionais.

A Arábia Saudita e seus aliados chegaram ao ponto de reivindicar, na época, o fechamento da rede de imprensa catariana Al-Jazeera, cujos recursos públicos de Doha serão mantidos, sem qualquer alteração diante do recente acordo, destacou o ministro.“Esperamos a assinatura do acordo para a próxima semana. Medidas serão tomadas para que as relações retornem ao normal”, declarou al-Thani, ao enfatizar que todos os países beneficiados pelo acordo compreendem que a reconciliação pode levar algum tempo.

LEIA: ‘É preciso aprender com a crise do Golfo para não repetí-la’, afirma ex-premiê do Catar

O chanceler expressou ainda suas esperanças de que os outros países envolvidos na crise do Golfo “possam desfrutar da mesma vontade política dos sauditas”, ao prometer “prontidão política” do Catar para cooperar adequadamente.

Prosseguiu: “A questão demandará ações tomadas pelos países para reconstruir relações. Haverá divergências e elementos extraordinários que serão discutidos de modo bilateral, entre as partes. Cada país tem seu próprio escopo de disputas com o Catar”.

O ministro, também presidente da Autoridade de Investimentos do Catar, declarou que o fundo soberano do país poderá investir futuramente na Arábia Saudita e em outros estados do Golfo, considerando o fim das disputas.

“Caso haja oportunidades que possamos contemplar no futuro e observemos vontade política contínua entre os países para participar, então estaremos sempre bastante abertos”, reiterou o oficial catariano.

Al-Thani garantiu ainda que Doha concordou com a suspensão das ações judiciais contra a Arábia Saudita e seus aliados, incluindo processos registrados perante a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).

LEIA: Acordo põe fim à disputa do Golfo com o Catar, diz fonte ligada a Kushner

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