Um tribunal militar libanês condenou o famoso artista, Fadel Shaker, que se tornou fugitivo , a 22 anos de prisão com trabalhos forçados. De acordo com a Agência Nacional de Notícias oficial, duas decisões foram emitidas à revelia.

A primeira sentença foi proferida originalmente em 2017, a quinze  anos, acusado de “conscientemente” fornecer apoio logístico para atos terroristas e outros sete anos foram acrescentados para financiar o grupo jihadista do pregador salafista Ahmad Al-Assir, responsável pela morte de 18 soldados libaneses a cidnade de Sidon, no sul, durante confrontos em 2013, após o alastramento da violência do conflito na vizinha Síria.

O artista, antes conhecido como o “Rei do Romance” por suas baladas de amor, também foi destituído de seus direitos civis e multado em US$ 3,3 milhões (cinco milhões de liras libanesas). Seu mentor e associado, Al-Assir, foi preso pelas autoridades libanesas em 2015 enquanto tentava fugir para o Egito, tendo  por dois anos evitar ser capturado e até mesmo feito uma cirurgia plástica para mudar sua aparência. Ele foi condenado à morte no julgamento de 2017, embora essas sentenças raramente sejam executadas e geralmente sejam comutadas para prisão perpétua.

Al-Assir ganhou popularidade entre alguns círculos sunitas por causa de sua oposição veemente e vocal ao movimento libanês Hezbollah, particularmente após seu envolvimento na Síria em apoio ao presidente Bashar Al-Assad.

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Shaker nasceu Fadel Abulrahman Shmander, filho de pai libanês e mãe palestina em Sidon. Ele começou a lutar contra sua fama ao longo dos anos, uma vez afirmando em uma entrevista de 2009: “O dinheiro da arte não traz nenhuma bênção”, acrescentando “Eu descobri que a arte é uma grande mentira”. Após a revolta na Síria em 2011, Shaker deu as costas ao negócio da música, descrevendo-o como “pecaminoso” e logo se tornou o braço direito de Al-Assir, aparecendo ao lado dele em seus comícios e recitando nasheeds ou canções religiosas para animar as multidões .

Shaker está atualmente fugindo e acredita-se que esteja se refugiando no campo de refugiados palestinos de Ain El-Helweh, o maior do país, com mais de 120.000 residentes. Ele procurou se reformar e renunciou às ideologias radicais e desde então lançou novas faixas musicais e continua a enviar músicas para sua conta oficial no YouTube com canções em dialetos do Golfo e egípcio, a mais recente há dois dias com a faixa “Stay, Meet Me”.

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