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Irã convoca embaixador alemão após críticas europeias à execução de um jornalista

Jornalista dissidente Ruhollah Zam defende-se durante julgamento na Corte Revolucionária do Irã, em Teerã, 2 de junho de 2020 [Ali Shirband/Mizan News/Getty Images]
Jornalista dissidente Ruhollah Zam defende-se durante julgamento na Corte Revolucionária do Irã, em Teerã, 2 de junho de 2020 [Ali Shirband/Mizan News/Getty Images]

O Irã convocou o embaixador da Alemanha, que detém a atual presidência da União Europeia, conforme o sistema rotativo, para esclarecer as críticas do bloco à execução do jornalista iraniano Ruhollah Zam, reportou a imprensa local neste domingo.

As informações são da agência Reuters.

O Ministério de Relações Exteriores do Irã planeja convocar ainda o representante francês em Teerã, segundo a agência de notícias Fars. A França também condenou a execução do jornalista dissidente, no sábado.

Zam residia em Paris antes de ser capturado e transferido ao Irã. Foi então condenado por incitar violência durante protestos contra o governo, em 2017. Sua página Amadnews possuía mais de um milhão de seguidores.

O bloco europeu declarou em nota, após a execução: “A União Europeia condena este ato nos termos mais contundentes e relembra mais uma vez de sua oposição irrevogável ao uso da pena capital em qualquer circunstância”.

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A chancelaria francesa descreveu a execução como “ato bárbaro e inaceitável”. Prosseguiu: “A França condena nos termos mais fortes essa grave violação dos direitos de liberdade de expressão e liberdade de imprensa no Irã”.

A Anistia Internacional e a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) também repudiaram a medida iraniana.

O regime iraniano acusa Estados Unidos e Arábia Saudita, adversário regional de Teerã, além de opositores que vivem no exílio, de incitar levantes a partir de 2017, à medida que protestos populares contra a crise econômica tomaram as ruas por todo o país.

Segundo oficiais, ao menos 21 pessoas foram mortas durante as manifestações e milhares foram presas. Desde então, o Irã passa por alguns de seus maiores protestos em décadas. Em 2019, atos contra o aumento nos preços de combustíveis enfrentaram repressão letal.

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