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ONU recebe apelos para investigar Israel por executar jornalistas palestinos

Palestinos acendem velas em homenagem ao jornalista Yaser Murtaja, morto por soldados israelenses, em 7 de abril de 2018 [Nedal Eshtayah/Agência Anadolu]
Palestinos acendem velas em homenagem ao jornalista Yaser Murtaja, morto por soldados israelenses, em 7 de abril de 2018 [Nedal Eshtayah/Agência Anadolu]

Queixas oficiais foram submetidas à Organização das Nações Unidas (ONU), denunciando Israel por atacar deliberadamente jornalistas na Palestina ocupada e negligenciar sistematicamente investigações sobre os assassinatos de profissionais de imprensa.

Os recentes apelos por um inquérito abrangente são assinados pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e pelo Sindicato dos Jornalistas Palestinos (SJP).

A queixa solicita aos relatores especiais das ONU que garantam justiça pelos assassinatos e violações cometidos contra repórteres.

Entre os casos citados estão os assassinatos de Ahmed Abu Hussein e Yasser Murtaja, em 2018, além dos casos de Muath Amarneh, em 2019, e Nedal Eshtayeh, em 2015, ambos fotógrafos atingidos no olho por franco-atiradores do Exército de Israel.

As organizações exigem que Irene Khan, relatora especial da ONU sobre liberdade de expressão, e Agnès Callamard, relatora especial sobre execuções arbitrárias, sumárias ou extrajudiciais, que investiguem a discriminação endêmica que efetivamente impede o trabalho de jornalistas palestinos.

“Há anos, o mundo documenta e repudia assassinatos e mutilações cometidos contra os jornalistas palestinos por forças israelenses, além da discriminação diária enfrentada por eles, sem direitos, sem acesso, sem liberdade de movimento e, como resultado de franca impunidade, sem qualquer justiça”, declarou Anthony Bellanger, secretário-geral da FIJ.

Prosseguiu: “Palavras não bastam! A ONU precisa agir e mostrar que não permite que a impunidade e a injustiça continuem inabaladas”.

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Há anos, ambas as organizações de mídia documentam inúmeras violações contra os direitos dos jornalistas nos territórios palestinos ocupados.

Ao observar a recente escalada de ataques contra profissionais de imprensa, as entidades em questão voltaram a reivindicar pressão da comunidade internacional para responsabilizar a ocupação israelense por seus crimes, conforme determinados pela lei internacional.

Em 2019, o SJP documentou ao todo 760 violações de direitos contra jornalistas, incluindo mais de 200 casos de agressão física, dezenas de feridos por balas de borracha e ao menos dez casos de ferimentos graves causados por uso deliberado de munição real.

Nasser Abubaker, presidente do sindicato, declarou: “Vivemos diariamente como alvos sistemáticos, convivemos com a impunidade e assistimos quando os soldados matam nossos colegas, cegam aqueles que documentam a ocupação e reprimem violentamente qualquer protesto”.

“Ninguém jamais enfrentou justiça por seus crimes contra nossos colegas”, destacou Abubaker. “Em nome das vítimas e suas famílias, acreditamos que tais queixas representam um primeiro passo adequado em direção à justiça, para todos os jornalistas palestinos”.

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