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Âncora da CNN é criticada ao comparar presidência de Trump com a Noite dos Cristais

Jornalista Christiane Amanpour, apresentadora do programa de televisão ‘Christiane Amanpour & Co.’, discursa durante cerimônia do Prêmio James W. Foley, realizada no Clube de Imprensa Nacional, em Washington DC, Estados Unidos, 2 de abril de 2019 [Paul Morigi/Getty Images]
Jornalista Christiane Amanpour, apresentadora do programa de televisão ‘Christiane Amanpour & Co.’, discursa durante cerimônia do Prêmio James W. Foley, realizada no Clube de Imprensa Nacional, em Washington DC, Estados Unidos, 2 de abril de 2019 [Paul Morigi/Getty Images]

Christiane Amanpour, âncora da emissora de televisão CNN, comparou o período da presidência de Donald Trump na Casa Branca ao episódio da Noite dos Cristais, em 1938.

Sua controversa analogia enfrenta agora duras críticas, reportou o jornal israelense The Jerusalem Post.

Residente em Londres, Reino Unido, Amanpour fez o comentário durante segmento aberto de um programa de notícias, na sexta-feira (13).

Ao vivo, declarou: “Nesta semana, há 82 anos atrás, ocorreu a Noite dos Cristais. Foi o tiro de aviso dos nazistas, que atravessou todo o arco de nossa civilização humana, levou ao genocídio contra toda uma identidade e, sobre uma torre de livros em chamas, conduziu um verdadeiro ataque contra o conhecimento, a história, a verdade”.

Prosseguiu: “Após quatro anos de um atentado moderno aos mesmos valores, executado por Donald Trump, a equipe Biden-Harris promete um retorno às normas, incluindo a verdade”.

Durante seu comentário, uma tela atrás de Amanpour exibia imagens da manhã seguinte à Noite dos Cristais e vídeos de livros em chamas na Alemanha da época.

A Noite dos Cristais (Kristallnacht) ficou conhecida desta forma devido aos vidros estilhaçados que tomaram as ruas da Alemanha, após negócios e casas pertencentes a cidadãos judeus, além de sinagogas, serem destruídos por uma onda de violentos ataques nazistas, considerados precursores do Holocausto.

Faixa com os dizeres ‘Deutsche, kauft nicht beim Juden’ (‘Alemães, não comprem dos judeus’) em frente à Sinagoga de Fasanenstrasse, em Berlim, cerca de 1937. O local foi incendiado pelos nazistas durante a Noite dos Cristais, em 9 de novembro de 1938 [Anthony Potter Collection/Getty Images]

Faixa com os dizeres ‘Deutsche, kauft nicht beim Juden’ (‘Alemães, não comprem dos judeus’) em frente à Sinagoga de Fasanenstrasse, em Berlim, cerca de 1937. O local foi incendiado pelos nazistas durante a Noite dos Cristais, em 9 de novembro de 1938 [Anthony Potter Collection/Getty Images]

Em resposta ao comentário de Amanpour, Anat Sultan-Dadon, cônsul-geral de Israel em Atlanta, escreveu à CNN exigindo um pedido formal de desculpas.

A carta de Sultan-Dadon, com cópia enviada ao Jerusalem Post, evoca a morte de noventa judeus durante os ataques da Noite dos Cristais, além de 30.000 presos e deportados aos campos de concentração.

Segundo a diplomata israelense, é ultrajante que Amanpour tente utilizar o Holocausto como instrumento político. Sultan-Dadon argumentou que os comentários da jornalista são desrespeitosos às vítimas.

LEIA: O futuro da democracia nos Estados Unidos: Desigualdade, polarização e violência

Omer Yankelevich, Ministro de Assuntos da Diáspora do Estado de Israel, também exigiu um pedido de desculpas da CNN. Neste domingo (15), o ministro alegou que a rede americana deveria “ser parceira no esforço global contra o antissemitismo, ao invés de incitá-lo”.

Prosseguiu: “Utilizar a memória do Holocausto para redigir manchetes baratas ou propor uma agenda política é preocupante e distorce a verdade histórica e moral”.

Os comentários de Amanpour também causaram comoção no Twitter. Alguns usuários descreveram a jornalista veterana como “tola”. Outros questionaram a legitimidade dos comentários de Amanpour, dado que 70 milhões de americanos votaram pela reeleição de Trump, no início do mês.

Escreveu um usuário: “Como é possível tolerar isso, após 70 milhões de americanos votarem por Trump? É quase como incitar violência!”

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