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Egito liberta mais de 400 manifestantes detidos em setembro

Um egípcio abraça seus pais após sair da prisão no Cairo em 14 de março de 2017, junto com 202 outros prisioneiros que receberam um perdão presidencial. [ALY FAHIM / AFP via Getty Images]
Um egípcio abraça seus pais após sair da prisão no Cairo em 14 de março de 2017, junto com 202 outros prisioneiros que receberam um perdão presidencial. [ALY FAHIM / AFP via Getty Images]

O Egito libertou mais de 400 pessoas presas por participarem dos protestos de setembro.

No dia 20 daquele mês, os egípcios saíram às ruas para protestar contra o regime dominante, após o aumento do custo de vida, a austeridade e uma campanha generalizada de demolição de casas que deixaram milhares de pessoas incapazes de sobreviver.

No final de setembro, o jornal independente egípcio Mada Masr dulgou que cerca de 400 manifestantes foram presos. Em meados de outubro, o advogado de direitos humanos Khaled Ali anunciou que quase duas mil pessoas haviam sido presas desde o início das manifestações.

O ex-candidato presidencial disse que os números se baseiam em depoimentos de advogados, familiares de detidos e grupos de direitos humanos porque o regime não revelou nenhum número oficial.

Na terça-feira, um tribunal de terrorismo em Gizé anunciou a libertação condicional de 416 “suspeitos”.

Há cerca de um mês, foram libertadas 79 crianças presas desde o início dos protestos de setembro.

LEIA: “Você sabe que fui eu quem a libertou, não é?” – diz Trump a ex-presa política no Egito

O anúncio gerou fortes críticas entre organizações de direitos humanos, que perguntaram o que aconteceu com essas crianças na semana em que foram detidas.

Todas as crianças tinham entre 10 e 15 anos e eram principalmente do Alto Egito, onde a maioria dos protestos estava ocorrendo.

Os egípcios tomaram as ruas depois que o denunciante Mohamed Ali,  que ganhou fama dor denunciar corrupção do governo no ano passado, pediu que eles se unissem contra o regime governante.

Prisioneiros políticos no Egito, incluindo crianças, são sistematicamente torturados, abusados ​​e condenados em julgamentos em massa.

Nos últimos meses, os defensores dos direitos têm realmente pressionado o governo egípcio a libertar prisioneiros de consciência, especialmente à luz da crise do coronavírus que se espalharia rapidamente pelas celas superlotadas e anti-higiênicas em que são mantidos.

Em outubro, 222 eurodeputados exortaram o Egito a libertar os seus presos políticos pouco depois de uma carta aberta a Abdel Fattah Al-Sisi de 56 congressistas norte-americanos que declararam que os abusos dos direitos humanos no Egito não seriam tolerados se Joe Biden ganhasse as eleições.

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