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EUA: os Emirados Árabes Unidos não receberão jatos F-35 por até 7 anos, apesar do acordo de paz com Israel

O mais recente caça a jato de Israel - o F-35 [E] visto em vôo junto com um jato F-16 mais antigo, 13 de dezembro de 2016 [Força Aérea Israelense / Wikipedia].
O mais recente caça a jato de Israel - o F-35 [E] visto em vôo junto com um jato F-16 mais antigo, 13 de dezembro de 2016 [Força Aérea Israelense / Wikipedia].

O embaixador dos Estados Unidos em Israel, David Friedman, disse que os Emirados Árabes Unidos – que assinaram recentemente um acordo de paz com Israel patrocinado pelos EUA – não receberão os caças F-35 stealth estadunidenses por seis ou sete anos.

“Os Emirados estão tentando conseguir o F-35 há seis ou sete anos. E o tempo de entrega é provavelmente daqui a seis ou sete anos mais”, disse o embaixador ao Jerusalem Post em uma entrevista pré-gravada.

Washington ainda não expressou aprovação explícita da compra dos F-35 estadunidenses pelos Emirados. Jornais israelenses noticiaram que os Emirados Árabes Unidos esperam tal aprovação depois que o país do Golfo Árabe assinou um acordo normalizando suas relações diplomáticas com Israel, para desespero de muitos defensores dos direitos palestinos em todo o mundo.

Na última terça-feira, o ministro da Defesa israelense, Benny Gantz, se reuniu em Washington com seu homólogo Mark Esper e o assessor sênior da Casa Branca Jared Kushner. As autoridades estadunidenses e israelenses discutiram a possibilidade da venda pelos EUA de caças F-35 stealth para os Emirados Árabes Unidos com base no princípio da superioridade militar de Israel na região.

Israel é atualmente o único estado da região que possui os F-35.

A lei dos EUA estipula que Washington se comprometa com o Qualitative Military Edge – QME (Vantagem Militar Qualitativa) de Israel, que garante a superioridade militar tecnológica do estado de ocupação no Oriente Médio.

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Quando questionado sobre se uma possível venda de F-35 estadunidenses para os Emirados Árabes Unidos ameaçaria o QME de Israel, David Friedman disse: “QME é uma questão de lei, não uma questão de política. Essa é a lei dos EUA desde 2008, e política dos EUA há muito mais tempo do que isso. Israel tem lidado com o QME nos bastidores profissionalmente e com sucesso por mais de uma década; vai continuar a funcionar desta forma. ”

Nos últimos anos, Israel recebeu pelo menos 26 F-35 dos Estados Unidos como parte de um acordo que fará com que o estado ganhe a posse de 50 caças stealth.

Em 13 de agosto, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um acordo de paz entre os Emirados Árabes Unidos e Israel mediado por Washington.

Abu Dhabi disse que o acordo foi um esforço para evitar a anexação planejada de Tel Aviv da Cisjordânia ocupada, no entanto, os oponentes acreditam que os esforços de normalização estão iminentes há muitos anos, já que autoridades israelenses fizeram visitas oficiais aos Emirados Árabes Unidos e participaram de conferências no país que não tinha laços diplomáticos ou outros com o estado de ocupação.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, negou, porém, dizendo que a anexação não está fora da mesa, mas simplesmente foi adiada.

Muitos disseram que o verdadeiro propósito do acordo era permitir que os Emirados Árabes Unidos tenham acesso a uma força militar superior.

ASSISTA: Netanyahu: O acordo com os Emirados Árabes Unidos não inclui a venda de jatos F-35

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