![Refugiado resgatado na costa da ilha de Chipre, pela guarda costeira, caminha no campo de refugiados de Kokkinotrimithia, em 4 de novembro de 2015 [Iakovos Hatzistavrou/AFP/Getty Images]](https://i0.wp.com/www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2020/09/GettyImages-495599166.jpg?resize=1200%2C800&quality=75&strip=all&ssl=1)
Quadro barcos lotados de imigrantes do Líbano e da Síria chegaram ao Chipre nos últimos dias, em nova escalada da crise dos refugiados no Mar Mediterrâneo Oriental, reportou o jornal Cyprus Mail, neste domingo (6).
Ao menos 123 refugiados estavam a bordo dos barcos, declarou a polícia cipriota; metade recebeu autorização para desembarcar.
Cinquenta refugiados aportaram na zona neutra controlada pela ONU, que separa a ilha entre os territórios norte turco-cipriota e sul greco-cipriota. Os refugiados foram transferidos para um centro de recepção administrado pelas tropas de paz da ONU.
Segundo a rede Associated Press, o grupo continha homens, mulheres e crianças. Quatro dos refugiados a bordo foram detidos sob suspeita de tráfico humano.
Vinte refugiados sírios, incluindo uma mulher e uma criança, foram transferidos a um centro de recepção do Chipre após chegar na zona neutra da ONU, na manhã de domingo.
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Outros 33 refugiados que chegaram às águas cipriotas na tarde de sábado (5) foram devolvidos ao Líbano, em barco escoltado pelas autoridades locais. A medida decorre de um acordo para impedir que refugiados libaneses cheguem ao território europeu. O Chipre é membro da União Europeia.
Outros 21 refugiados permanecem à deriva, na costa sudeste do Chipre, devido a falhas mecânicas em sua embarcação. Três mulheres e nove crianças foram evacuadas do barco avariado e transferidas a um hospital cipriota, por precaução, detalhou a polícia local.
Segundo relato de um expert à rede Arab News, os meses de setembro, outubro e novembro representam o principal período do ano para as jornadas entre Líbano e Chipre, percurso marítimo de 90km de extensão, por tratar-se do trimestre de águas calmas.
O número de barcos que tentam realizar a travessia aumentou rapidamente no último mês, após a enorme explosão que abalou Beirute, capital do Líbano, no início de agosto. Centenas de milhares de libaneses ficaram desabrigados e desempregados devido ao desastre, que agravou a grave crise econômica e social, já vigente no país árabe.
O Ministro do Interior do Chipre Nicos Nouris afirmou à emissora de notícias local Alpha que uma reunião urgente para abordar a nova onda de refugiados do Líbano seria realizada hoje (7). Nouris citou receios de propagação do coronavírus entre a população da ilha e destacou que os centros de recepção para refugiados estão quase em capacidade máxima.
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