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Mais vinte pessoas são encontradas mortas na rota para as Ilhas Canárias

Refugiados resgatados no Mar Mediterrâneo, 15 de junho de 2017 [Marcus Drinkwater/Agência Anadolu]
Refugiados resgatados no Mar Mediterrâneo, 15 de junho de 2017 [Marcus Drinkwater/Agência Anadolu]

Nas últimas 48 horas, autoridades da Espanha descobriram os corpos de vinte refugiados africanos que tentavam chegar às Ilhas Canárias em botes, segundo informações da agência Anadolu.

Somente em agosto, 127 migrantes desapareceram ou perderam suas vidas na perigosa rota do Oceano Atlântico; 359 pessoas chegaram ao destino em segurança, reportou a imprensa local.

Na quinta-feira (20), autoridades descobriram uma pequena embarcação com quinze cadáveres, à deriva. Na sexta-feira (21), a guarda costeira local resgatou outro bote com dezesseis pessoas à bordo; cinco das quais não sobreviveram.

Outras viagens fatais registradas neste mês incluem naufrágios que viajavam do Marrocos e da região do Saara. A fome e a sede resultaram em 27 mortos provenientes da Mauritânia.

Outro bote com 63 pessoas desapareceu há cerca de três semanas.

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Em 2019, ao menos 54 pessoas morreram ao tentar chegar ao pequeno arquipélago espanhol, segundo a Organização Internacional para Migração (OIM).

“Trata-se de um drama humanitário … as pessoas poupam dinheiro para pagar por uma viagem em direção a uma vida melhor, fugindo da fome, da guerra, do desespero e mesmo do coronavírus; porém, morrem no mar”, declarou a repórteres Angel Victor Torres, premiê das Canárias. “Temos de agir em solidariedade e reagir com nossos recursos”.

Embora a imigração irregular à Espanha tenha sofrido queda de 33% em 2020, comparada ao ano anterior, dados do Ministério do Interior do país europeu revelam que as Ilhas Canárias de fato vivenciaram um surto significativo no fluxo de refugiados, recentemente.

Desde o início do ano até 16 de agosto, 3.448 pessoas chegaram às Ilhas Canárias de modo irregular, via embarcações. No mesmo período de 2019, foram registrados 556 refugiados nas mesmas condições – aumento de 520%.

Ongs alertam que o fluxo de refugiados está levando o sistema de recepção do arquipélago à beira do colapso.

Os esforços para processar e conceder alimentação e abrigo aos imigrantes enfrentam desafios ainda maiores devido à pandemia de coronavírus, que impõe limites no número de pessoas em uma mesma locação.

Diversos grupos de refugiados que chegaram às Canárias testaram positivo para covid-19.

Entre 1999 e julho de 2020, segundo estimativas da OIM, ao menos 2.000 pessoas morreram ou desapareceram nesta mesma rota.

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