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Oposição no Irã mobiliza apoiadores online, dois anos após ser alvo de atentado a bomba

Maryam Rajavi, presidente do Conselho Nacional de Resistência do Irã (NRCI), em Paris, França, 3 de julho de 2015 [Antonio de Moraes Barros Filho/Getty Images]
Maryam Rajavi, presidente do Conselho Nacional de Resistência do Irã (NRCI), em Paris, França, 3 de julho de 2015 [Antonio de Moraes Barros Filho/Getty Images]

Um grupo de oposição iraniano, no exílio, que foi alvo de uma tentativa de atentado a bomba na França, há dois anos, realizou seu comício anual via internet, nesta sexta-feira (17), a fim de pressionar politicamente o governo em Teerã.

O Conselho Nacional de Resistência do Irã (NRCI), com sede em Paris, membro exilado de uma coalizão de oposição que busca encerrar o domínio clerical xiita no Irã, costuma realizar protestos massivos todo ano, nos subúrbios da capital francesa.

O NCRI foi responsável por aquilo que é considerado o mais influente movimento de oposição em anos, quando tornou-se a primeira entidade a expor o programa nuclear iraniano, em 2002.

Estima-se que o grupo possua grande apoio no território iraniano, mas analistas reiteram que dificilmente é capaz de angariar mobilização nacional. Seus críticos questionam a natureza do apoio que se apresenta em suas marchas, atendidas por milhares de pessoas, e as motivações de seus convidados, que incluem políticos e parlamentares.

Dezoito senadores em exercício dos Estados Unidos discursaram na sexta-feira, além de Rudy Giuliani, advogado pessoal do Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, apoiador enfático da organização.

O surto de covid-19 forçou o NCRI a realizar seu comício virtualmente. Alegou que o evento de seis horas conectou 30.000 localidades dentro do Irã e cerca de cem países em todo o mundo.

A líder do grupo Maryam Rajavi afirmou:

A missão de nossa geração é depor o regime criminoso dos mullahs [teólogos islâmicos] e restaurar os direitos pisoteados de todo o povo do Irã

O comício online ocorre apenas dois dias após um diplomata iraniano e três outros suspeitos serem indiciados na Bélgica, devido a seu papel em um atentado fracassado contra um evento do grupo, perto de Paris, em 2018.

Os membros do NCRI estiveram alinhados à Revolução Islâmica de 1979, mas romperam posteriormente com a teocracia. Combatentes do grupo com base no Iraque, desde o início dos anos 1980, entraram em confronto com forças americanas durante a intervenção iraquiana, em 2003, mas desde então renunciaram às armas.

O grupo já esteve na lista de organizações terroristas dos Estados Unidos e União Europeia, mas foi retirado.

O governo em Teerã reivindica que o NCRI seja dissolvido em Paris, Riad e Washington. O grupo de oposição é regularmente criticado pela mídia estatal iraniana.

LEIA: Trump se une aos protestos ‘não às execuções’ do Irã

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