![Menino com a perna engessada recebe tratamento em um hospital de Erbil, Iraque, 12 de abril de 2017 [Yunus Keles/Agência Anadolu]](https://i0.wp.com/www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2020/07/20170412_2_23039628_20954457.jpg?resize=1200%2C800&quality=75&strip=all&ssl=1)
O Hospital Infantil de Basra, especializado em tratamento contra o câncer, cortou internações pela metade desde maio último, devido à pandemia de coronavírus, segundo o diretor da instituição Ali Abulhussein al-Idani.
O hospital iraquiano luta para proteger as crianças internadas da infecção, ao instalar uma nova ala de isolamento e aplicar testagem intensiva em seus funcionários.
Idani afirmou que, desde junho, cinco crianças foram diagnosticadas com covid-19 após serem admitidas no hospital, incluindo um bebê de seis meses, que morreu de complicações.
“O sistema imunológico de pacientes com câncer é bastante fraco, e pode aproximar-se de zero. Caso um paciente pegue o coronavírus, será afetado severa e rapidamente”, relatou o diretor do hospital.
O hospital intensificou a faxina das alas e limitou visitantes a apenas um por criança, além de passar a tratar pacientes de modo remoto e testar rotineiramente toda sua equipe.
O Iraque registrou 81.757 casos do novo coronavírus e 3.345 mortes, até esta terça-feira (14).
Para familiares das crianças com câncer, temores de que contraíam o coronavírus são ainda mais intensos.
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Awatef Mohamed, sentada ao lado de sua filha Iman (4), que recebe tratamento por câncer nos rins, declarou: “Caso adoeça com coronavírus, suas condições de saúde deverão se deteriorar. Ela terá de interromper a quimioterapia e ser tratada para a outra doença”.
O câncer é um das maiores causas de morte no Iraque, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), para o ano de 2019. A incidência oncológica parece aumentar no Iraque, nos últimos anos. Há suspeitas de contaminação por armas utilizadas em anos de guerra e altos níveis de poluição.
A falta de acesso para o tratamento contra o câncer, o alto preço dos medicamentos para a doença e um sistema de saúde amplamente enfraquecido exacerbam o problema.
O Ministério da Saúde do Iraque não comentou imediatamente sobre a questão.
O Hospital Infantil de Basra foi fundado em 2010, com apoio de doadores estrangeiros. No decorrer dos últimos doze meses, deu entrada em cerca de 2550 pacientes para internação.
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