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Protestos em Tel Aviv são ‘mega ataque terrorista contra a saúde’, alega oficial israelense

Cerca de dez mil israelenses foram à Praça Rabin de Tel Aviv para protestar contra o apoio econômico "insuficiente" do governo aos cidadãos durante a crise da covid-19

12 de julho de 2020, às 14h00

Yoav Kisch, segundo nome na hierarquia do Ministério da Saúde de Israel, condenou as manifestações contra políticas econômicas em Tel Aviv, realizadas neste sábado (11), ao descrevê-las como “ataque terrorista contra a saúde”.

As informações são da rede i24 News.

Cerca de 10.000 israelenses tomaram a Praça Rabin, em Tel Aviv, para protestar contra a falta de apoio econômico suficiente do governo a seus cidadãos, diante da grave crise do covid-19. Estimativas apontam que 800.000 empregos foram perdidos e que a política de lockdown e restrições públicas atingiram severamente pequenos negócios e trabalhadores autônomos.

O vice-ministro da saúde, membro do partido Likud (liderado pelo premiê Benjamin Netanyahu), condenou os manifestantes por não respeitar devidamente o distanciamento social.

No Twitter, afirmou Kisch: “Fazemos todo o possível para evitar aglomerações e pagamos um preço alto (social e economicamente) a fim de conter o vírus; e então vemos imagens da praça ontem. Um mega ataque terrorista contra a saúde!”

LEIA: Milhares de israelenses protestam contra a anexação em Tel Aviv

O Ministro da Defesa Benny Gantz, ex-rival eleitoral de Netanyahu, no entanto, contradisse o oficial do Likud, ao oferecer seu apoio aos manifestantes.

Nas redes sociais, declarou Gantz: “Os cidadãos que tomaram as ruas expressam angústias reais e justificadas e tem todo o direito de fazê-lo.” Prosseguiu: “Nós, como governo, temos a responsabilidade de ouví-los e prover soluções.”

Segundo relatos, vinte manifestantes foram presos durante o protesto.

Tel Aviv é local de uma série de protestos recentes sob diversas pautas, como atos contra os planos de anexação israelense da Cisjordânia ocupada e apoio ao movimento internacional Black Lives Matter (Vidas Negras Importam). Em geral, os organizadores buscam estabelecer precauções contra o coronavírus e manter o rigoroso distanciamento social.

Israel registrou até então 38.200 casos de coronavírus e ao menos 358 mortes.