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Epstein forçou mulheres a manter relações sexuais com ex-premiê de Israel, alega vítima

Bilionário americano Jeffrey Epstein, preso por tráfico sexual de menores em âmbito internacional [Twitter]
Bilionário americano Jeffrey Epstein, preso por tráfico sexual de menores em âmbito internacional [Twitter]

O caso de Jeffrey Epstein, pedófilo condenado, apresentou uma nova reviravolta dramática. O ex-Primeiro-Ministro de Israel Ehud Barak foi mencionado em arquivos judiciais, junto de diversos associados próximos ao falecido bilionário americano. Barak teria mantido relações sexuais com meninas menores de idade traficadas por Epstein.

Antes de sua morte, em agosto de 2019, em uma prisão de segurança máxima dos Estados Unidos – em circunstâncias consideradas dúbias por muitos observadores –, Epstein fora condenado por chefiar uma rede de tráfico sexual que envolveu alguns dos homens mais poderosos do mundo.

Livro recente sob o título de Epstein: Dead Men Tell No Tales (Epstein: Mortos não contam histórias, em tradução livre), de Dylan Howard, revelou a denúncia chocante de que Ghislaine Maxwell, ex-socialite e namorada do bilionário, era de fato uma espiã de Israel.

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Ari Ben-Menashe, empresário e consultor de segurança israelense, foi citado como facilitador do Mossad para Epstein, à medida que o bilionário administrava uma operação de “armadilhas sexuais”. A rede criminosa oferecia jovens mulheres a proeminentes políticos de todo o mundo e então as utilizava para chantageá-los e obter informações para a inteligência de Israel.

Na última reviravolta do caso, o advogado americano Alan Dershowitz obteve documentos que mencionam Ehud Barak, entre outros homens de destaque, como parte do esquema sexual de Epstein.

Dershowitz foi membro da “defesa dos sonhos” de O.J. Simpson, Harvey Weinstein e Jeffrey Epstein, e também é acusado de receber serviços sexuais da rede em questão, identificado pela vítima Virginia Roberts Giuffre. Os documentos compõem o caso ainda em curso entre Giuffre e Dershowitz.

Em 2019, Giuffre processou o advogado por difamação; como retaliação, foi processada pelo acusado. Dershowitz, advogado de tantas celebridades infames, é uma das vozes pró-Israel mais poderosas nos Estados Unidos e nega todas as acusações de Giuffre, hoje com 36 anos.

No que parece tentativa de desacreditar a vítima, ao apresentar uma longa lista de alegações feitas por ela contra figuras de destaque, Howard Cooper – advogado de Dershowitz –, afirmou na corte que a equipe de defesa efetivamente obteve alguns depoimentos e identificou o ex-premiê israelense como uma das figuras acusadas de crimes sexuais.

“Giuffre também alegou que fora forçada a manter relações sexuais com o ex-Primeiro-Ministro de Israel Ehud Barack [sic]”, registrou a defesa. “Giuffre não apresentou quaisquer provas senão sua palavra não corroborada.”

Muitas das vítimas de Epstein, como Giuffre, ainda tentam obter justiça pelo abuso sexual sofrido nas mãos do falecido bilionário. Virginia Roberts Giuffre recentemente apareceu no documentário Jeffrey Epstein: Filthy Rich (Jeffrey Epstein: Podre de Rico), da Netflix, em meio à sua batalha legal com Dershowitz e Maxwell. Na peça audiovisual, Giuffre descreve o império de tráfico sexual de Epstein e os abusos que sofreu.

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Barak negou veementemente as acusações. No entanto, sua relação próxima com Epstein o tornou vulnerável a ataques de oponentes políticos. O Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, por exemplo, usou as relações de Barak com o bilionário para fins políticos.

Segundo a rede New York Intelligencer, após o nome de Barak surgir no escândalo, Netanyahu compartilhou a imagem de um artigo – proveniente de um obscuro site de notícias, em hebraico – para destacar relações de seu rival político com o bilionário Les Wexner, próximo de Epstein, cuja fundação concedeu milhões de dólares a Barak, entre 2004 e 2006.

Netanyahu ainda acusou Barak de participar de uma festa promovida por Epstein, em 2016, muito depois deste ser registrado como criminoso sexual, conforme exigências de um acordo aparentemente iníquo, diante das acusações judiciais.

Epstein enfrentava acusações de tráfico sexual de menores quando foi encontrado morto em sua cela de prisão, em Nova Iorque, em 10 de agosto de 2019. Relatos oficiais alegam suicídio; porém, há especulação e certas evidências da possibilidade de assassinato. Observadores sugerem queima de arquivo, devido a seu conhecimento sobre casos de crimes e extorsão envolvendo figuras políticas de destaque.

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