![2020_6-23-Protest-Israels-annexation-plan-in-Tel-Aviv Manifestação contra os assentamentos ilegais judaicos e os planos de anexação israelense da Cisjordânia ocupada, em Tel Aviv, Israel, 23 de junho de 2020 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]](https://i0.wp.com/www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2020/06/2020_6-23-Protest-Israels-annexation-plan-in-Tel-Aviv.jpg?w=610&h=407&ssl=1)
Milhares de israelenses realizaram protesto na noite de ontem (23), na praça Rabin de Tel Aviv, contra a decisão do Estado de Israel de anexar grande partes da Cisjordânia ocupada.
Celebridades, ativistas, empresários e experts de segurança participaram da manifestação e discursaram no evento, segundo o jornal The Jerusalem Post.
O protesto ocorreu logo após o Secretário-Geral da ONU António Guterres exortar Israel a suspender seus planos de anexação, em relatório oficial que afirma tratar-se de “grave violação da lei internacional”.
“Peço a Israel que abandone seus planos de anexação”, declarou o chefe das Nações Unidas, reiterando que o movimento “ameaça esforços para avançar na direção da paz regional”.
O governo israelense planeja anexar terras ocupadas do Vale do Jordão e assentamentos na Cisjordânia a partir de 1° de julho. Estimativas palestinas indicam que o plano de Israel deverá cobrir mais de 30% da Cisjordânia ocupada.
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“Tenho esperanças de que esta voz da razão, não apenas minha, mas que ressoa em todo o mundo, seja ouvida pelas autoridades israelenses e que a anexação não ocorra em 1° de julho”, prosseguiu Guterres.
Sob o “plano de paz” do Oriente Médio, anunciado pelo presidente americano Donald Trump em janeiro, é previsto que os Estados Unidos reconheçam os assentamentos judaicos, construídos ilegalmente em terras palestinas, como parte de Israel.
Líderes palestinos rejeitaram por completo a iniciativa.
Durante o protesto, com participação de quase 2.500 pessoas, o ex-chefe de inteligência militar israelense Amos Yadlin alertou sobre os riscos de segurança decorrentes da anexação.LEIA: Israel começa a isolar o Vale do Jordão para anexação
Yadlin, no entanto, preservou posição sionista ao argumentar que Israel está “no caminho da solução de um estado único para duas nacionalidades distintas [judaica e árabe]. Nosso objetivo é estabelecer um país que seja judaico, democrático, seguro, legítimo e ético.”
“O único mapa que vimos até então, que pressupõe a imagem da anexação, é um mapa conceitual anexo ao plano de Trump … Posso garantir que anexar unilateralmente 30% da Judeia e Samaria [Cisjordânia ocupada] não trará vantagens estratégicas, mas sim graves riscos de segurança, pressão internacional, fracasso moral e de legitimidade”, alertou o especialista israelense.
