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Coronavírus força cancelamento de conferência sionista nos Estados Unidos

Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu discursa durante conferência da AIPAC em Washington, Estados Unidos, 6 de março de 2018 [Chip Somodevilla/Getty Images]
Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu discursa durante conferência da AIPAC em Washington, Estados Unidos, 6 de março de 2018 [Chip Somodevilla/Getty Images]

 

O Comitê de Assuntos Públicos Israelo-Americano (AIPAC) cancelou sua conferência de 2021 devido à pandemia de coronavírus (covid-19).

A presidente da AIPAC Betsy Korn enviou um email a seus apoiadores mencionando “nenhum curso previsível” para que ocorra a infame conferência sionista no próximo ano. A declaração prosseguiu: “Apesar de sentirmos saudades de nossa família AIPAC em Washington e de nos conectarmos pessoalmente como comunidade pró-Israel, o que realmente nos conecta é nosso compromisso compartilhado em garantir a segurança da América e de Israel.”

“A AIPAC continuará a buscar novas formas criativas no decorrer do próximo ano para que nos conectemos online e pessoalmente e avancemos nas relações entre Estados Unidos e Israel”, reiterou a declaração.

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Lobby sionista AIPAC emite declaração sobre cancelamento da conferência de 2021

O comunicado ainda expressou esperança de que sua “família” supere tais obstáculos para abordar os esforços de “detratores” de Israel, com o intuito de “prejudicar o apoio bipartidário” aos objetivos e valores da AIPAC. Prometeu também ressarcir as pessoas que já pagaram pelo ingresso na conferência.

Um porta-voz da entidade sionista afirmou: “Devido à situação sem precedentes, esta é a primeira vez [que cancelamos a conferência], pois já está claro que não teremos nenhum curso previsível para reunir milhares de americanos pró-Israel com segurança.”

A conferência, cujo ingresso custa em torno de US$700, atrai centenas de pessoas todos os anos, incluindo políticos de destaque, presentes nos corredores do poder, como o Secretário de Estado Mike Pompeo e o próprio Presidente Donald Trump, que recentemente concedeu seu consentimento aos planos israelenses de anexar ilegalmente a Cisjordânia ocupada.

Políticos israelenses de alto escalão como o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu e o parlamentar Naftali Bennett também já discursaram no evento.

O AIPAC é criticado por seu apoio inabalável ao governo israelense, à ocupação ilegal de terras palestinas e a recusa de condenar a violência de Israel. É acusado de representar uma “plataforma de intolerância” que reúne grupos e indivíduos racistas da sociedade americana, em torno de objetivos e valores comuns. Os organizadores negam, ao alegar que parte de seus apoiadores são negros ou hispânicos.

Em 2019, a conferência foi submetida à campanha Skip AIPAC, liderada pela organização da juventude judaica If Not Now. O grupo convocou políticos a boicotar o evento, o que resultou na não participação de então candidatos presidenciais do partido Democrata, como os senadores Bernie Sanders e Elizabeth Warren, o que levou a protestos veementes da entidade sionista.

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