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Líderes religiosos alertam contra planos de Israel para anexar a Cisjordânia

Arcebispo anglicano de Jerusalém, Suheil Dawani, em 6 de outubro de 2019 [Twitter]

Avançar com um plano israelense para anexar unilateralmente terras da Cisjordânia destruirá qualquer chance de paz, alertaram líderes religiosos em Jerusalém. Em carta emitida ao governo israelense, os religiosos destacaram “consequências graves e catastróficas sobre a viabilidade de qualquer acordo de paz para encerrar décadas de conflito.”

O arcebispo anglicano em Jerusalém, Suheil Dawani, é um dos treze religiosos de alta hierarquia a subscrever a declaração, em apelo para que Israel não execute a anexação unilateral de partes da Cisjordânia ocupada.

As propostas de anexação, prometidas pelo Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu durante sua campanha eleitoral, são amplamente criticadas por diversas organizações humanitárias e pela comunidade internacional.

Segundo estimativas palestinas, a anexação israelense afetará mais de 30% da área da Cisjordânia ocupada.

LEIA: União Europeia condena planos de Israel para anexar partes da Cisjordânia ocupada

Os signatários também requisitaram à Organização para a Libertação da Palestina (OLP) que “resolvam suas disputas internas” e divergências com outros grupos, a fim de apresentar um “fronte unido” em busca da paz.

Para dar fim ao “ciclo vicioso de tragédia humana e injustiça” na região, os religiosos argumentam que um acordo de paz viável, sem a pauta de anexação de terras ocupadas, deve ser implementado.

Como adendo à carta, Declan Lang, chefe do Departamento de Relações Exteriores da Conferência de Bispos Católicos da Inglaterra e Gales, reiterou o alerta e insistiu que a Igreja Católica em sua jurisdição também repudia o avanço da ocupação israelense.

“Como alertaram líderes religiosos, a anexação destruirá qualquer esperança de uma solução pacífica de dois estados”, afirmou Lang, segundo o jornal britânico The Catholic Universe.

“A Igreja Católica na Inglaterra e Gales manterá sua solidariedade aos nossos irmãos e irmãs na Terra Santa, contra este avanço.”

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