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Rússia e China boicotam reunião do Conselho de Segurança sobre armas químicas na Síria

Rússia e China boicotam reunião do Conselho de Segurança sobre armas químicas na Síria

Na terça-feira (12), Rússia e China boicotaram uma videoconferência a “portas fechadas” conduzida pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para debater a presença de armas químicas na Síria.

Um diplomata, em condição de anonimato, afirmou que ambos os países “mantiveram paredes vazias na tela” durante a reunião virtual.

Vassily Nebenzia, embaixador da Rússia na ONU, reiterou que seu país insistiu que a “discussão fosse aberta”

“Infelizmente, nossos parceiros ocidentais e seus aliados persistiram em manter seu encontro a portas fechadas de modo informal, apesar de slogans de acessibilidade e transparência no Conselho de Segurança”, declarou Nebenzia. “Esta abordagem é inaceitável para nós, pois prejudica prerrogativas dos estados-membros à Convenção de Armas Químicas”.

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Durante a reunião mensal, os membros do Conselho de Segurança ouviram relatos do Alto Representante para Assuntos de Desarmamento das Nações Unidas Izumi Nakamitsu, além de Fernando Arias, chefe da Organização para Proibição de Armas Químicas (OPAQ).

Santiago Onate-Laborde, coordenador da equipe de investigação e identificação da OPAQ, também falou ao Conselho. No início de abril, a equipe investigadora publicou um relatório no qual explicitamente acusou Damasco de lançar três ataques de armas químicas em 2017.

Tanto Síria quanto Rússia, principal aliado do regime de Bashar al-Assad, rejeitaram as acusações, ao alegar que as instalações de produção de armas químicas de Damasco foram todas destruídas.

A missão diplomática britânica na ONU afirmou em comunicado que o encontro de terça-feira “foi marcado em formato fechado para permitir aos membros do Conselho e à República Árabe da Síria que trocassem ideias de modo franco e fizessem perguntas aos relatores”.

“Uma recusa de participar da reunião e de engajar-se com a OPAQ diante de suas descobertas é decepcionante e indicativo de preferência por parte de alguns membros do Conselho, a fim de deteriorar a proibição posta sobre o uso de armas químicas contra pessoas e instituições acusadas de protegê-las”, prosseguiu a declaração britânica.

Nebenzia informou a repórteres que autoridades em Moscou lançarão sua própria investigação sobre o uso de armas químicas em território sírio e que as conclusões dos inquéritos serão compartilhadas com o resto do mundo.

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