Palestinos manufaturam máscaras para Israel ao invés de roupas devido ao coronavírus

Após o surto global do novo coronavírus, altamente contagioso, uma empresa palestina de tecelagem está produzindo máscaras cirúrgicas e outros itens de prevenção ao invés de vestuário para exportá-los a Israel, segundo informações do jornal Times of Israel.

A fábrica UniPal 2000 na Zona Industrial de Karni, na Cidade de Gaza, reúne quatro manufaturas de tecelagem com capital de US$1.2 milhões e 200 trabalhadores.

O presidente da empresa Nabil Bawab, de 59 anos, afirmou que a fábrica realizou a transição no início de março e está produzindo desde então milhares de máscaras e roupas de proteção diariamente.

Bawab afirmou ter assinado contratos com parceiros comerciais israelenses para fornecer um milhão de máscaras e 50.000 roupas de proteção até o fim de abril. Além disso, a empresa está negociando com organizações médicas locais e internacionais em Gaza para também conceder seus produtos.

Bawab anunciou que sua empresa está vendendo máscaras a Israel por 5 shekels cada (US$1.4) e roupas de proteção por 12 shekels cada (US$3.35).

“Jamais paramos de produzir roupas, mesmo durante todos os tempos difíceis”, relatou Bawab. “Mas quando veio o vírus, decidimos fazer algo para proteger as pessoas … Precisamos de mais espaço para garantir que nossos trabalhadores mantenham distância. Esperamos fazer 25.000 máscaras todo dia até o fim do mês.”

Em 2007, diversas fábricas fecharam devido ao início do severo cerco egípcio-israelense imposto à Faixa de Gaza, que incluiu fechamento de todas as fronteiras que permitiam movimento e transporte de bens ao território palestino.

Segundo o jornal israelense, o Coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios não respondeu aos múltiplos pedidos para comentar se está ciente das medidas assumidas pela fábrica palestina referentes ao envio de itens médicos a Israel.

Entretanto, Bawab afirmou que as autoridades israelenses, que mantêm restrições significativas sobre o movimento de pessoas e bens para dentro e fora de Gaza, buscaram cooperar efetivamente com sua empresa na exportação destes itens.

“No que se refere a questões de saúde, decidem trabalhar conosco”, concluiu Bawab.

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