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Israel processa líderes de Golã por oposição a instalação de turbinas eólicas em terras agrárias

13 de fevereiro de 2020, às 15h29

Soldados de Israel no território ocupado de Monte Bental, Colinas de Golã, 20 de janeiro de 2019 [Jalaa Marey/AFP/Getty Images]

A Corte de Magistrados de Israel em Nazaré realizou na última terça-feira (11) julgamento de notórios líderes locais dos territórios ocupados das Colinas de Golã devido à sua oposição ao projeto israelense de instalar turbinas eólicas em grandes áreas da região, estimadas em milhares de dunums de terras originalmente pertencentes à Síria.

Centenas de pessoas de aldeias de Golã viajaram à Corte de Magistrados de Israel para demonstrar apoio aos líderes perseguidos.

O xeque Fouad Qassem Al-Shaer, da aldeia de Majdal Shams, afirmou: “Há más intenções por trás do julgamento de nossos xeques e líderes, que demonstraram oposição a um projeto que afetará mais de trezentos fazendeiros nas aldeias de Golã. O projeto deverá tomar cerca de 4.500 dunums de terras agrárias.”

Al-Shaer destacou: “Contrapor o projeto só será possível ao conscientizarmos as pessoas sobre os riscos deste plano colonial, que alega tratar-se de implementar produção de energia limpa, porém impacta gravemente a vida das pessoas.”

Neste contexto, Emil Masoud – coordenador da campanha de solidariedade ao xeque Salman Ahmed Awad e Tawfiq Kinj Abu Saleh – declarou que o indiciamento ocorreu sem razão jurídica, pois não cometeram qualquer infração, salvo opôr-se ao projeto energético colonial israelense.

Masoud, da aldeia de Masade, reiterou: “O objetivo deste julgamento é intimidar e amedrontar as pessoas, para que a empresa possa instalar 25 turbinas, construídas, apenas em primeiro momento, em uma área de 4316 dunums de terras.”

Após a audiência de declaração das partes, a corte requisitou aos réus e promotoria negociar um eventual acordo.