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Ong de direitos humanos condena plano de Trump: ‘Controlar o movimento é controlar a vida’

Soldados israelenses intervêm em protesto de manifestantes palestinos contra o plano proposto pelo Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, no Vale do Jordão, Cisjordânia, 29 de janeiro de 2020 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

Em informe à imprensa publicado ontem (29), a organização não-governamental de direitos humanos israelense Gisha descreveu o recém-divulgado “plano de paz” dos Estados Unidos como “um plano para um conflito sem fim”.

Segundo a Gisha – entidade com foco na liberdade de movimento para palestinos que vivem sob a ocupação –, o plano proposto pela gestão do presidente americano Donald Trump “procura tornar permanente uma realidade de fragmentação, isolamento e divisão nos territórios palestinos ocupados”.

“Aprofundar ainda mais a expropriação imposta sobre os palestinos e perpetuar a ocupação é uma receita para um conflito sem fim, não para a paz”, reiterou a declaração.

A ong destacou que em quinze anos de “monitoramento ao acesso e movimento para e a partir de Gaza … mostrou-se absolutamente óbvio que o controle continuado sobre terras, mares, espaço aéreo e travessias comerciais e pedestres proporciona a Israel meios intermináveis de executar um programa de punição coletiva.”

“Israel repetidamente utiliza este controle para efetuar privações de modo arbitrário”, denunciou a ong.

“Controlar o movimento é controlar a vida”, enfatizou Gisha. “As restrições generalizadas que Israel impõe ao movimento de pessoas e bens impedem atividades econômicas e sentenciam a população civil palestina a uma vida de escassez”, à medida que “nega o acesso das pessoas a meios de subsistência, educação, tratamento médico, além de separar famílias e comunidades.”

Segundo a Gisha, a perspectiva do plano de Trump reduz-se a fornecer “enclaves … de modo bastante preocupante, evocativos aos bantustões”, presentes no sistema de apartheid da África do Sul, “nos quais os residentes serão privados de direitos e do controle sobre seu próprio destino”.

A ong concluiu que “continuará a promover o direito fundamental ao movimento, pré-requisito para exercer outros direitos fundamentais e viver uma vida com dignidade.”

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