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Forças iraquianas invadem locais de protesto após saída dos apoiadores de Sadr

Forças de segurança do Iraque intervêm em manifestações contra o governo na Praça Tahrir, no centro da capital iraquiana Bagdá, em 25 de janeiro de 2020 [Murtadha Al-Sudani/Agência Anadolu]

Forças de segurança iraquianas atiraram gás lacrimogêneo e munição real contra locais de protesto na capital Bagdá e outras cidades no sul do país. A operação repressiva resultou em quatro mortos e dezenas de feridos, segundo fontes médicas e policiais. As informações são da agência de notícias Reuters.

O novo movimento para tentar dar fim à onda de protestos sit-ins – modalidade pacífica que ocupa espaços públicos – e restaurar a suposta ordem nacional ocorreu horas depois do clérigo populista Moqtada Al-Sadr, que possui milhões de seguidores em Bagdá e no sul, declarar que encerraria seu envolvimento nas manifestações contra o governo.

Os apoiadores de Sadr – reforço frequentemente importante às manifestações, ao auxiliar, por exemplo, como proteção direta contra os ataques das forças de segurança e atiradores não-identificados – começaram a retirar-se dos acampamentos sit-ins a partir deste sábado (25), logo após o anúncio do líder religioso.

Mais tarde, confrontos eclodiram quando autoridades tentaram remover barreiras de concreto perto da Praça Tahrir, no centro de Bagdá, onde os manifestantes estão acampados há meses, e em outras localidades, como uma ponte de acesso majoritário que atravessa o Rio Tigre.

Na cidade portuária de Basra, no sul do país, manifestantes começaram a retornar ao principal local de protestos após investida das forças de segurança na noite anterior; então, queimaram pneus e bloquearam a estrada principal, segundo fontes de segurança. Ao menos dezesseis manifestantes foram presos.

Na capital, ao menos uma pessoa foi morta e trinta foram feridas durante confrontos entre a polícia e os manifestantes, perto da Praça Tahrir.

Outras três pessoas morreram, além de catorze feridos, na cidade de Nassirya, também no sul do país, quando forças de segurança realizaram esforço para retomar o controle sobre uma ponte ocupada por manifestantes há dias, conforme informações também corroboradas pelas forças de segurança e profissionais de saúde.

As forças de segurança do Iraque utilizam gás lacrimogêneo e munição real contra manifestantes – na maioria dos casos, pacíficos –, desde 1° de outubro de 2019, quando protestos em massa deflagraram-se na capital Bagdá. Mais de 450 pessoas morreram devido à violência, segundo levantamento da Reuters junto de fontes policiais e médicas.

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