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Tropas americanas deixam o Iraque devido a possíveis baixas, enquanto Trump minimiza danos cerebrais

Forças militares dos Estados Unidos em solo iraquiano, em 19 de outubro de 2016 [foto de arquivo]

O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump afirmou nesta quarta-feira (22) que não considera os ferimentos cerebrais sofridos por onze oficiais americanos no ataque iraniano recente contra uma base iraquiana como algo sério, embora seu exército tenha removido mais tropas da região devido a possíveis baixas. As informações são da agência Reuters.

Em declaração, o Centro de Comando dos Estados Unidos relatou que mais soldados foram transferidos por avião do Iraque à Alemanha, a fim de obterem avaliação médica após ataque a míssil conduzido pelo Irã, em 8 de janeiro, contra a base iraquiana de Ain al-Asad, que abrigava soldados americanos. Somente na semana passada, o governo americano assumiu que onze de seus oficiais foram feridos pelo ataque.

Outros casos de oficiais feridos podem ser identificados futuramente, reiterou a declaração, sem conceder, no entanto, maiores detalhes.

Um oficial americano, em condição de anonimato, relatou que cerca de doze soldados foram transportados à Alemanha.

A princípio, Trump e outros oficiais de alto escalão negaram que o ataque do Irã tenha resultado em qualquer baixa de oficiais a serviço do Exército dos Estados Unidos, mortos ou feridos. O Pentágono, contudo, reverteu o discurso na última quinta-feira (16), ao declarar que onze soldados foram tratados por sintomas de concussão decorrente do ataque à base aérea de Ain al-Asad, no oeste do Iraque.

Ainda na quarta-feira, Trump recusou-se a esclarecer a discrepância.

“Eu ouvi dizer que eles têm dores de cabeça e algumas outras coisas, mas eu diria e posso afirmar que não é nada muito sério”, alegou Trump a repórteres em coletiva de imprensa, em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial.

Ao ser questionado se não considerava traumas cerebrais como algo sério, Trump afirmou: “Eles me contaram sobre isso vários dias depois. Você tem que perguntar ao Departamento de Defesa.”

Oficiais do Pentágono alegam que não houve qualquer esforço de fato para minimizar ou postergar o acesso à informação sobre os soldados feridos, mas que está lidando com os casos após o ataque de Teerã renovar dúvidas sobre a abordagem política do Exército em relação a supostos casos de danos cerebrais.

Embora o Exército dos Estados Unidos seja compelido por lei a reportar imediatamente quaisquer incidentes de ameaça à vida ou mutilação, não possui obrigação urgente de relatar supostos casos de traumatismo intracraniano, pois os sintomas podem demorar a se manifestar, o que dificulta o diagnóstico.

Segundo dados do Pentágono, cerca de 408.000 oficiais a serviço do Exército foram diagnosticados com traumas intracranianos desde 2000.

No decorrer dos anos, diversos grupos de saúde tentaram conscientizar o público sobre a gravidade dos casos de traumatismo cerebral, incluindo decorrentes de concussões. Trump, no entanto, reafirmou: “Não os considero ferimentos graves quando comparamos com outros casos que vi … Eu vi pessoas sem armas e sem braços.”

Em Washington, um oficial militar de alto escalão relatou que o número de soldados americanos transferidos para fora do Iraque estava na casa das “dezenas”.

O General da Aeronáutica dos Estados Unidos Alex Grynkewich, vice-comandante da coalizão de combate ao Estado Islâmico no Iraque e Síria (Daesh), acrescentou que algumas das operações americanas de contraterrorismo no Iraque foram retomadas, embora realizadas em escala limitada.

LER: EUA enviam 3.000 soldados para a região em meio às tensões no Irã

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