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Onze soldados americanos foram feridos por ataque a mísseis do Irã, reporta o Pentágono

Imagem vazada por websites iraquianos supostamente registra o interior da base de Al-Assad, na província de Anbar, Iraque, após ataque a mísseis iraniano, em retaliação ao assassinato do General Qasem Soleimani [Arabi21]

Contrário às declarações do Presidente dos Estados Unidos Donald Trump de que não houve soldados americanos feridos nos ataques do Irã em retaliação ao assassinato de seu principal general, Qasem Soleimani, o Pentágono agora revelou que ao menos onze oficiais foram feridos no ataque a mísseis contra a base iraquiana de Ain Al-Assad, na província de Anbar. A base aérea é uma das bases utilizadas pelos Estados Unidos no Iraque; os ataques resultaram em danos significativos.

“Nenhum americano foi ferido no ataque da noite passada realizado pelo regime iraniano. Não sofremos nenhuma baixa”, compartilhou Trump em sua página do Twitter, em 9 de janeiro, um dia depois do ataque executado pelo Irã sob o codinome “Operação Mártir Soleimani”.

Os oficiais feridos foram transferidos esta semana para Alemanha e Kuwait para serem tratados por ferimentos traumáticos no cérebro, após sofrerem de sintomas de concussão.

“Embora nenhum membro a serviço dos Estados Unidos tenha morrido no ataque iraniano de 8 de janeiro contra a base aérea de Asad, muitos de nossos oficiais foram tratados por sintomas de concussão, decorrentes da explosão, e ainda estão sendo examinados”, anunciou o Capitão Bill Urban, porta-voz do Comando Central, em declaração.

O Coronel Myles Caggins, porta-voz do Força Tarefa Conjunta Combinada – Operação Resolução Inerente (CJTF-OIR), declarou: “Após serem liberados para exercício do dever, os oficiais deverão retornar ao Iraque para maiores exames. A saúde e bem-estar de nosso pessoal é prioridade e não discutiremos o status médico de nenhum indivíduo.”

A rede de notícias Al Jazeera relatou que, no momento do ataque, a maioria dos 1.500 soldados americanos estacionados na base aérea refugiaram-se em bunkers, sob ordens prévias de seus superiores. Acredita-se que Teerã concedeu aviso prévio às autoridades iraquianas sobre o lançamento dos mísseis. Havia também soldados de outras nacionalidades, incluindo dinamarqueses, realocados então para o Kuwait.

LER: Conflito entre Irã e Estados Unidos: encoberto pela névoa da guerra

Entretanto, fontes iranianas insistem consistentemente que houve de fato baixas e mortes como resultado imediato do ataque, ao alegar que ao menos 80 soldados americanos morreram e centenas foram feridos. As fontes iranianas reportam que nove aviões decolaram do local, a fim de transferir os feridos para hospitais na Jordânia, Israel e também para um hospital militar em Bagdá.

O ataque a mísseis iraniano foi a primeira fase da suposta “dura vingança” a ser assumida. O Líder Supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, descreveu a operação como “um tapa na cara” dos Estados Unidos. Um comandante de alto escalão da Guarda Revolucionária do Irã ainda prometeu “vinganças mais duras” em um futuro próximo. As Forças de Mobilização Popular (Hash al-Shaabi) também prometeram retaliação própria, após seu vice-comandante Abu Mahdi al-Muhandis ser morto ao lado de Soleimani.

Espera-se que os ataques se intensifiquem após Washington recusar-se a realizar a retirada de suas tropas do Iraque e ameaçar o país com sanções econômicas, em resposta à aprovação pelo parlamento iraquiano de uma resolução que exigiu a retirada, após manifestações de indignação popular devido a recentes violações da soberania iraquiana e ataques americanos que também atingiram forças armadas do país árabe.

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