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Catar afirma que EUA precisam de anuência palestina para plano de paz no Oriente Médio

Palestinos com bandeiras catarianas protestam em apoio ao país do Golfo, em Khan Yunis, Gaza, 14 de junho de 2017 [Ali Jadallah/Agência Anadolu]

O Catar afirmou neste domingo que há um desencontro entre os palestinos e os Estados Unidos sobre o esquema americano projetado para encerrar o conflito entre israelo-palestino. O país do Golfo alertou que uma solução não pode ser imposta aos palestinos, segundo informações da agência Reuters.

O plano americano, coordenado por Jared Kushner, genro do presidente Donald Trump e conselheiro da Casa Branca, é visto pelos palestinos, e por alguns políticos e oficiais árabes, como um plano de eliminação da causa palestina.

“Pelo que podemos ver, há hoje um desencontro entre palestinos e americanos,” declarou o Sheikh Mohammed bin AbdulRahman al-Thani, Ministro de Relações Internacionais do Catar, a repórteres em Londres. “Nossa postura permanece bastante firme: apoiaremos qualquer plano que os palestinos estejam dispostos a aceitar.”

Kushner, em campanha para mobilizar apoio ao plano de paz, afirmou em entrevista exibida na semana passada que os palestinos merecem “autodeterminação”, mas interrompeu seus comentários ao ser questionado sobre o apoio a um estado palestino e expressou incerteza sobre a habilidade do povo palestino de governar a si mesmo.

As diretrizes específicas da proposta ainda não foram reveladas; contudo, fontes árabes e palestinas que já receberam informações de seu esboço alegaram que Kushner aniquilou a solução de dois estados – fórmula historicamente defendida pela comunidade internacional e pelos Estados Unidos, cujo intuito é estabelecer um estado palestino independente em Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, ao lado de Israel.

“Não pode ser uma solução, digamos, imposta aos palestinos – nenhum país no mundo árabe pode aceitar isso,” declarou o ministro. “Caso o plano seja rejeitado por uma das partes significa que o plano ou é injusto ou simplesmente não é realista,” prosseguiu. “O melhor cenário é: ou ambas as partes o aceitam ou ambas as partes o rejeitam.”

O Sheikh Mohammed afirmou que não haverá uma conferência de compromisso. O ministro elogiou a parte econômica da proposta de Kushner como “maravilhosa”; porém, reiterou a necessidade de uma base política sólida.

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