O Ministério das Relações Exteriores da Suíça está examinando se a empresa americana de análise de dados Palantir deve se registrar junto às autoridades suíças sob a lei do país sobre mercenários, após relatos sobre o papel controverso da empresa nas operações militares de Israel em Gaza, informou a Swissinfo na segunda-feira.
Zurique serve como um centro para as relações comerciais europeias da Palantir, e a empresa construiu laços significativos com corporações suíças e promotores imobiliários, apesar de nenhum contrato com agências federais ou com o exército ter se concretizado, de acordo com o relatório. Cerca de 60 pessoas trabalham em Zurique no desenvolvimento e distribuição de produtos de software, incluindo o Foundry, que, segundo a empresa, é voltado para uso civil, mas também pode ser utilizado em contextos de defesa.
De acordo com a legislação suíça sobre mercenários, empresas que “prestam serviços de segurança privada no exterior a partir da Suíça” ou que dão suporte à infraestrutura logística devem se registrar junto ao governo federal, e “todas as atividades planejadas fora da Suíça devem ser declaradas ao Ministério das Relações Exteriores”. O ministério é obrigado a investigar “quaisquer alegações críveis relacionadas à lei sobre mercenários”, e a ação foi desencadeada por questionamentos dos veículos de comunicação suíços Republik e do coletivo de pesquisa WAV, além de outras reportagens sobre as atividades da Palantir.
Em contato com a Swissinfo, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores suíço informou que “está em andamento uma investigação para determinar se existe tal obrigação de declaração para a Palantir”. Caso exista, a empresa teria que registrar suas atividades e obter aprovação de uma autoridade suíça, o que também poderia levá-la a ser oficialmente considerada uma empresa suíça de tecnologia militar.
Executivos da Palantir reconheceram os desafios de reputação da empresa na Europa, segundo a reportagem. Em reuniões anteriores com jornalistas, a empresa afirmou que os clientes “sempre mantêm o controle total sobre seus dados e todos os processos subsequentes de análise e tomada de decisão” e que nenhuma transação comercial diretamente relacionada a Israel é conduzida a partir de Zurique.
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