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ONU se opõe ‘firmemente’ a ‘qualquer mudança’ nas fronteiras entre Gaza e Israel

10 de dezembro de 2025, às 09h19

Palestinos na cidade de Khan Yunis, no sul de Gaza, lutam para reconstruir suas vidas em meio aos escombros de casas destruídas em ataques israelenses em 7 de dezembro de 2025. [Abed Rahim Khatib/ Agência Anadolu]

A ONU afirmou na terça-feira que se opõe a qualquer mudança na fronteira entre Gaza e Israel, após o chefe militar israelense ter supostamente declarado uma nova fronteira no território, segundo a Anadolu.

A suposta adoção por Israel da chamada “linha amarela” do plano de cessar-fogo do presidente dos EUA, Donald Trump, como uma nova fronteira parece ir “contra o espírito e a letra” do acordo, disse o porta-voz Stephane Dujarric a repórteres.

Ele afirmou que a ONU “se opõe firmemente a qualquer alteração das fronteiras de Gaza e Israel”, esclarecendo que, quando a ONU discute Gaza, refere-se à fronteira original, “não àquela delimitada pela linha amarela”.

Os comentários seguem uma declaração do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, Eyal Zamir, que teria dito que “a linha amarela é agora a nova fronteira de Gaza”. Zamir também afirmou que Israel manterá “controle operacional sobre extensas áreas da Faixa de Gaza”.

Israel continua a ocupar mais de 50% do território de Gaza sob o acordo de cessar-fogo, com a linha amarela separando as zonas de implantação militar israelense das áreas onde os palestinos têm permissão para se movimentar.

Um acordo de cessar-fogo entrou em vigor em Gaza em 10 de outubro, no âmbito do plano de 20 pontos de Trump, pondo fim a dois anos de ataques israelenses que mataram mais de 70.000 pessoas, a maioria mulheres e crianças, e feriram quase 171.000 desde outubro de 2023.

A primeira fase do acordo inclui a libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos. O plano também prevê a reconstrução de Gaza e o estabelecimento de um novo mecanismo de governo sem o Hamas.

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