Maioria dos reféns israelenses foram mortos por fogo do exército em Jabalia, Gaza, diz ex-comandante

Um ex-comandante militar israelense afirmou na terça-feira que a maioria dos reféns foi morta por fogo do exército no norte da Faixa de Gaza, segundo a Anadolu.

“O fogo israelense matou a maioria dos reféns em Jabalia devido a falhas de inteligência”, disse Nitzan Alon, ex-negociador israelense, ao jornal Yedioth Ahronoth.

Alon afirmou que muitos dos reféns, que chegaram vivos a Gaza, morreram em ataques israelenses contra prédios onde estavam detidos.

Ele disse que três reféns israelenses foram mortos em um ataque israelense em dezembro de 2023 devido a “suposições incorretas no terreno”, sem dar mais detalhes.

“O medo causado pelos nossos ataques aéreos foi mencionado repetidamente nos depoimentos dos reféns”, acrescentou.

O braço armado do Hamas, as Brigadas Qassam, divulgou repetidamente vídeos de prisioneiros israelenses nos quais eles pediam ao governo de Benjamin Netanyahu que interrompesse os ataques que colocavam suas vidas em risco, mas Tel Aviv ignorou esses apelos e continuou a guerra por dois anos.

Em relação aos protestos realizados por familiares de reféns israelenses, Alon disse que “eles tiveram muito menos impacto nas negociações do que muitos alegavam”.

Um acordo de cessar-fogo entrou em vigor em Gaza em 10 de outubro, no âmbito do plano de 20 pontos do presidente dos EUA, Donald Trump, pondo fim a dois anos de ataques israelenses que mataram mais de 70.000 pessoas, a maioria mulheres e crianças, e feriram quase 171.000 desde outubro de 2023.

A primeira fase do acordo inclui a libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos. O plano também prevê a reconstrução de Gaza e o estabelecimento de um novo mecanismo de governo sem o Hamas.

Israel condiciona o início das negociações para a segunda fase do acordo de cessar-fogo ao recebimento dos corpos de todos os seus prisioneiros. Alega que os restos mortais de um refém israelense ainda estão em Gaza, enquanto o Hamas afirma ter entregado todos os 20 reféns israelenses que estavam vivos e os restos mortais dos 28 que foram mortos.

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