![Logotipo da FIFA em 1º de dezembro de 2022 em Doha, Catar [Catherine Ivill/Getty Images]](https://www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2025/10/GettyImages-1446081656-scaled-e1725279257961-1.webp)
A Itália venceu Israel por 3 a 0, mas a partida foi ofuscada por pedidos para banir Israel do futebol devido ao genocídio em Gaza
A Itália enfrentou Israel em uma partida das eliminatórias da Copa do Mundo na noite de terça-feira, que se tornou muito mais do que um evento esportivo.
Tendo como pano de fundo o genocídio israelense em Gaza e o início de um processo de cessar-fogo, a partida em Udine foi marcada por uma atmosfera tensa dentro e fora do estádio, com torcedores exigindo um boicote a Israel.
Cerca de 10.000 pessoas foram às ruas da cidade do nordeste da Itália antes do jogo, agitando bandeiras palestinas e segurando faixas com os dizeres “Mostre o cartão vermelho a Israel” — uma campanha contínua que pede aos órgãos internacionais de futebol que suspendam o país por sua conduta no enclave palestino.
A manifestação foi majoritariamente pacífica, embora a situação tenha piorado no final da marcha, quando um pequeno grupo entrou em confronto com a polícia, atirando fogos de artifício e barreiras de controle de multidão contra os policiais.
A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar a multidão.
O protesto foi amplamente compartilhado nas redes sociais, com a jornalista esportiva Leyla Hamed legendando um vídeo: “Protestos continuam em Udine, do lado de fora do jogo Itália x Israel, ou como muitos estão chamando, ‘o jogo da vergonha’.”
Protests continue in Udine outside the Italy vs Israel game, or as many are calling it, “the match of shame.”
Bravo Italia! pic.twitter.com/CcHXo4pz4K
— Leyla Hamed (@leylahamed) October 14, 2025
Vaias ecoaram no Estádio Friuli durante o hino nacional israelense, enquanto torcedores expressavam seu descontentamento com a realização da partida.
Apenas cerca de 9.000 ingressos — bem abaixo da capacidade reduzida de 16.000 — foram vendidos para a partida, de acordo com a Federação Italiana de Futebol.
A Itália triunfou com uma vitória por 3 a 0, um passo crucial para a classificação para os playoffs da Copa do Mundo de 2026, enquanto Israel foi eliminado da disputa.
Durante a partida de qualificação para a Copa do Mundo 2026, fãs italianos vaiaram o hino nacional de Israel enquanto o jogo acontecia em Udine, Itália.
No mesmo jogo, a Itália venceu Israel por 3 a 0, garantindo a eliminação da seleção israelense do torneio. ⚽❌ pic.twitter.com/FXPbEIosek
— Monitor do Oriente (@monitordoorient) October 16, 2025
Durante a transmissão, o apresentador da RAI Sport, Alessandro Antinelli, usou uma fita preta em homenagem aos “250 jornalistas mortos em Gaza, em um genocídio que tentaram relatar, mas do qual não retornaram”.
Ecos de Oslo
A partida aconteceu poucos dias depois de Israel sofrer uma derrota esmagadora por 5 a 0 para a Noruega.
Erling Haaland marcou três gols durante a partida de 11 de outubro em Oslo, enquanto centenas de manifestantes pró-Palestina que gritavam “Palestina Livre” foram recebidos com gás lacrimogêneo pela polícia.
Dentro do estádio, os torcedores noruegueses também demonstraram seu apoio à Palestina exibindo a bandeira do país ao lado de uma faixa com os dizeres “Deixem as Crianças Viverem”.
Por mais de dois anos, torcedores de futebol pressionaram a FIFA e a UEFA para banir Israel, citando sua guerra genocida e a proibição da Rússia por sua invasão da Ucrânia em 2022.
Em 2 de outubro, dias antes das duas partidas de Israel pelas eliminatórias da Copa do Mundo, o chefe da FIFA, Gianni Infantino, declarou que “o futebol não pode resolver problemas geopolíticos”.
Ele foi acusado de hipocrisia após afirmar que o futebol poderia apoiar o acordo de paz entre Israel e o Hamas, anunciado por Donald Trump poucos dias depois.
Infantino também participou da cúpula de cessar-fogo em Gaza, no Egito, na segunda-feira, onde tirou uma foto com o presidente dos EUA e se juntou ao grupo fotografado ao lado dos líderes mundiais reunidos.
Originalmente publicado em inglês no Middle East Eye em 15 de outubro de 2025
As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.
Salvo expresso no artigo acima, este conteúdo do Middle East Monitor está licenciado sob Atribuição Internacional Não-Comercial de Livre Compartilhamento Creative Commons 4.0. Caso as imagens tenham nosso crédito, esta licença também se aplica a elas. O que isso significa? Para permissões além do escopo desta licença, entre em contato conosco.
Detectou um erro nesta página? Informe-nos
Últimas notícias
Ver tudo
