Pela primeira vez no Capitólio, senadores democratas dos Estados Unidos apresentaram um projeto de lei para instar o governo, hoje sob presidência de Donald Trump, a seguir a deixa de aliados ocidentais e reconhecer um Estado da Palestina.
O texto, do senador democrata Jeff Merkley, do estado do Oregon, não deve ser aprovado, dado a maioria republicana e oposição crescente à solução de dois Estados.
Mesmo caso aprovada, porém, a legislação não é vinculativa, e prevê desmilitarização do Estado palestino — assunto em disputa.
Os cinco senadores que assinaram o texto insistiram enviar uma mensagem à Assembleia Geral das Nações Unidas, neste mês, ao aumentar pressão à gestão trumpista pelo fim de seu apoio ao genocídio em Gaza.
Para Merkley, “reconhecer um Estado da Palestina não é apenas uma medida prática para ajudar a construir um futuro em que israelenses e palestinos possam viver com liberdade, dignidade e segurança, mas é também a coisa certa a se fazer”.
“A América [sic] tem a responsabilidade de liderar”, acrescentou, “e a hora é agora”.
A medida sucede reconhecimento do genocídio em Gaza pelo senador independente de Vermont, Bernie Sanders, nesta quarta-feira (17).
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 65 mil mortos, 165 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. Dentre as mortes, ao menos dezoito mil são crianças.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
Israel é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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