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Anexação da Cisjordânia é ameaça à ‘integração regional’, alertam Emirados

6 de setembro de 2025, às 06h06

Forças israelenses demolem minarete em Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada, em 3 de setembro de 2025 [Wisam Hashlamoun/Agência Anadolu]

Os Emirados Árabes Unidos (EAU) alertaram na quarta-feira (3) que a anexação israelense da Cisjordânia ocupada seria uma “linha vermelha”, ao dar fim aos planos de “integração regional”, segundo informações da agência Anadolu.

“A anexação seria uma linha vermelha para meu governo, de modo que não poderia haver, portanto, uma paz duradoura”, indicou a enviada especial emiradense Lana Nusseibeh ao jornal Times of Israel. “Acabaria com a ideia de integração regional e representaria a morte da solução de dois Estados”.

Israel e Emirados normalizaram relações em 2020, sob acordo promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu primeiro mandato. Seguiram a deixa Bahrein, Sudão e Marrocos, nos chamados Acordos de Abraão.

Mais cedo na quarta, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, disse planejar a anexação de 82% da Cisjordânia, ao inviabilizar o Estado palestino, cujo reconhecimento é prometido para a próxima semana por França, Canadá e outros.

Em Jerusalém, o ministro descreveu que a expropriação ilegal de terras como “prevenção” contra as medidas dos países, previstas para a Assembleia Geral das Nações Unidas, de 8 a 23 de setembro, com a presença de 147 Estados-membros.

Em 20 de agosto, o governo israelense aprovou o plano de assentamentos E1, para dividir a Cisjordânia em duas, ao isolar as cidades de Nablus e Ramallah, ao norte, de Hebron e Belém, ao sul, e então de Jerusalém Oriental.

Avanços coloniais na Cisjordânia coincidem com o genocídio em Gaza, desde outubro de 2023, incluindo pogroms e invasões militares a cidades e aldeias.

Em julho de 2024, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, reconheceu a ilegalidade da ocupação na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, ao reivindicar evacuação imediata de colonos e soldados, bem como reparação aos nativos.

Em setembro, a medida avançou a resolução da Assembleia Geral, com maioria absoluta dos votos e prazo de um ano para ser implementada. À véspera da nova edição da cúpula, porém, não há indícios de aquiescência de Israel.