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Déficit habitacional em Gaza excede 96%, deslocamento ao sul é ‘impossível’

25 de agosto de 2025, às 17h53

Tendas na costa da Cidade Gaza, em meio a ataques de Israel, em 24 de agosto de 2025 [Ali Jadallah/Agência Anadolu]

O gabinete de imprensa do governo em Gaza advertiu que o deslocamento em massa ao sul do enclave, como planejado por Israel, é “impossível”, à medida que os abrigos locais não podem absorver a demanda de 1.3 milhão de pessoas da zona central.

Em nota, destacou a assessoria: “Diante da ameaça da ocupação de invadir a Cidade de Gaza, alertamos para a piora do desastre humanitário vivenciado por mais de 2.4 milhões de palestinos em Gaza”.

“Desde que a ocupação alegou permitir a entrada de tendas e suprimentos habitacionais, apenas dez mil tendas de fato entraram em Gaza”, detalhou o comunicado. “Somente 4% da demanda urgente de 250 mil tendas e caravanas, o que ressalta a manipulação, bem como atrasos deliberados, em suprir os requisitos humanitários essenciais”.

O governo local reiterou ainda que o déficit habitacional na região excede 96%, sem bens materiais ou tendas disponíveis, no momento, nas travessias de fronteira, por conta dos embargos israelenses a organizações internacionais.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 62 mil mortos, 155 mil feridos e cerca de dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. Dentre as vítimas fatais, dezoito mil são crianças.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.