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Organizações desmentem enviado dos EUA sobre fome em Gaza

5 de agosto de 2025, às 12h15

Palestinos aguardam assistência alimentar em meio aos ataques de Israel, em Gaza, em 4 de agosto de 2025 [Abdalhkem Abu Riash/Agência Anadolu]

Organizações legais e de direitos humanos denunciaram e rejeitaram categoricamente as declarações recentes do enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, no qual negou a existência da fome em Gaza.

Em comunicado conjunta emitida nesta segunda-feira (4), dezessete organizações árabes e internacionais reiteraram que o negacionismo de Witkoff ignora absolutamente os fatos documentados em campo, bem como expressões de dolo e relatórios internacionais que confirmam catástrofe sem precedentes imposta a 2.4 milhões de palestinos.

As organizações destacaram que “a fome em Gaza é uma realidade tangível que ceifou as vidas de 159 pessoas, incluindo 90 crianças”, e que os crimes israelenses não podem ser justificados ou encobertos.

“Esta crise humanitária afeta a todos sem exceção, inclusive os prisioneiros israelenses, que pareceram famintos e desnutridos em vídeos recentes”, observou a nota.

As entidades instaram as Nações Unidas e o Conselho de Segurança a enviar uma missão independente internacional para investigar as condições em Gaza e examinar a dimensão da crise, enfrentada pela população civil, incluindo fome como arma de guerra.

O comunicado instou ainda o Tribunal Penal Internacional (TPI) e o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, a acelerar os inquéritos sobre os crimes cometidos por Israel em Gaza e no restante da Palestina ocupada, ao responsabilizar os envolvidos.

À comunidade internacional, os signatários urgiram cessar-fogo imediato e duradouro, no intuito de assegurar livre acesso humanitário e proteção de civis, equipes assistenciais e profissionais de saúde.

Além disso, reivindicaram dos países que pressionem efetivamente as autoridades em Tel Aviv para respeitar a lei internacional e permitir acesso de imprensa ao enclave, após dez meses de censura “para obscurecer os crimes de genocídio e fome”.